A secretária municipal de Saúde de Belo Horizonte, Cláudia Navarro, afirmou, nesta quinta-feira (12/1), que falta vacina contra a COVID-19 tanto para adulto quanto para criança na capital.
Durante entrevista coletiva, realizada na prefeitura para falar do plano de ação contra as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes Aegypti, Cláudia foi questionada sobre a falta da quarta dose da vacina para o público entre 18 e 39 anos e confirmou que o estado enfrenta escassez do imunizante.
“A última vez que o município recebeu as vacinas foi no dia 21 de novembro. As vacinas são fornecidas pelo Ministério da Saúde e repassadas ao estado, que repassa aos municípios”, disse a secretária.
Segundo ela, falta vacina tanto para adultos quanto para crianças. “Nesse momento nós estamos sem a Coronavac e da Pfizer adulto. Nós estamos tendo dificuldade até mesmo para crianças de três, quatro anos, que teriam que tomar a dose.”
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Cláudia Navarro disse ainda que o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, até o presente momento, não orientaram formalmente a administração da quarta dose para o público que tem entre 18 e 39 anos.
“O Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde ainda não lançaram oficialmente a quarta dose. Então, com isso, nós temos um número menor. Se nós colocarmos em termos numéricos, nós precisaríamos de mais de 720 mil doses para essa população”, disse Cláudia.
A PBH informou que a população estimada entre 18 e 39 anos, em Belo Horizonte, é de aproximadamente 719 mil pessoas. De acordo com o órgão, para a convocação desse público, além da orientação formal do Ministério da Saúde e da Secretaria de Estado da Saúde, é imprescindível que novas remessas da vacina Pfizer adulto sejam entregues ao município.
A Secretaria Municipal de Saúde reiterou que já há disponibilidade de pessoal e demais insumos para a vacinação dessa população, quando as doses de vacinas forem disponibilizadas.
Vacinas indisponíveis
De acordo com a PBH, a última remessa de CoronaVac e Pfizer Pediátrica foi entregue ao município em 21 de novembro de 2022 e as doses já esgotaram. Sendo assim, a Secretaria Municipal de Saúde informou que, neste momento, estão indisponíveis as vacinas CoronaVac e Pfizer Pediátrica, que são aplicadas, respectivamente, em crianças de 3 a 4 anos e de 5 a 11 anos.
A secretária disse ainda que assim que as doses forem repassadas ao município, os públicos serão novamente convocados.
Em relação à vacinação da segunda dose das crianças de 6 meses a 2 anos, com comorbidades, e dos pequenos de 2 anos e 10 meses a 2 anos, 11 meses e 29 dias, sem comorbidades, segue normalmente, de acordo com a PBH. Essa faixa etária é imunizada com a vacina Pfizer Baby.
Para o público de 12 anos ou mais, a vacinação também continua em Belo Horizonte, com a aplicação do imunizante Pfizer.
Perguntada sobre a falta de vacinas em Belo Horizonte, comparada com outras capitais, Cláudia Navarro afirmou que essa defasagem se deve ao índice de vacinação ter sido maior na capital mineira.
“O nosso município teve um índice de vacinação muito bom e com isso nós não tivemos sobra das vacinas. Os municípios que estão fornecendo a quarta dose são municípios que tiveram sobras das vacinas que já tinham sido liberadas pelo Ministério da Saúde”, explicou a secretária de Saúde.
Apesar do cenário preocupante, Navarro disse esperar que neste ano de 2023 a produção de vacinas aumente e que cheguem novos lotes, inclusive para quem não foi vacinado com a segunda dose.
O que diz o Ministério da Saúde
O problema da falta de imunizantes para crianças é nacional e é um dos principais desafios do Ministério da Saúde no governo Lula, que tomou posse em 1º de janeiro. Procurada pela reportagem do Estado de Minas, a pasta afirmou que “assinou um acordo com a farmacêutica Pfizer para a compra de mais 50 milhões de doses da vacina COVID-19”.
“Com a aquisição, que complementa o contrato vigente, o número total de doses chegará a 150 milhões”, acrescentou o Ministério da Saúde.
O ministério afirmou ainda que, em 2022, 81 milhões de doses foram entregues ao Brasil pela Pfizer, e as 69 milhões de doses remanescentes chegarão até o segundo trimestre de 2023.
Segundo a Saúde, o acordo prevê a aplicação de vacinas bivalentes em pessoas acima de 12 anos e monovalentes em crianças de 6 meses a 11 anos. “O contrato vigente também inclui a entrega de potenciais vacinas adaptadas às novas variantes que venham a ser aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”.
Previsão de entrega
Perguntado sobre datas de entrega das remessas das vacinas contra a covid-19, o Ministério da Saúde afirmou que:
Para a faixa etária de 6 meses a 4 anos de idade estão previstas duas entregas em 2023: a primeira, com 16 milhões de doses, no primeiro trimestre e a segunda, com 6,68 milhões de doses, no segundo trimestre;
Para o público de 5 a 11 anos de idade também estão previstas duas entregas: a primeira, com 11 milhões de doses, até o primeiro trimestre e a segunda, com 6,57 milhões, no segundo trimestre;
Para o público adulto, está prevista uma entrega de 9,7 milhões de doses da vacina bivalente BA.4/BA.5 até junho.