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Estado de Minas MOTORISTAS EM GREVE

Greve de ônibus em BH: rodoviários prometem paralisação na segunda (16/01)

De acordo com a categoria, paralisação será somente em Belo Horizonte, a partir de 0h, e englobará as linhas do Move; movimento não tem previsão de término


13/01/2023 11:21 - atualizado 13/01/2023 18:25

Ponto de ônibus na Rua Tamóios, no Centro de Belo Horizonte
Passageiros precisarão procurar formas de transporte alternativas na próxima segunda-feira (16) (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A)
 
O Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH) anunciou que a categoria promete greve dos ônibus de BH na próxima segunda-feira (16/1). 

De acordo com o sindicato, a greve, que englobará somente a cidade de Belo Horizonte, incluindo as linhas do Move, terá início às 0h da segunda e não tem previsão de término.
 

A cetegoria reivindica avanços em pontos como o retorno do ticket de alimentação nas férias, mudança no intervalo e reajuste com ganho real.

O acordo já foi fechado na região metropolitana com um índice de 8,2%, mas o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) oferece 7,19% ao profissionais da capital. Isso significaria que o motorista de Belo Horizonte receberia menos que os trabalhadores das cidades vizinhas.

Greve já havia sido anunciada

O STTRBH já havia anunciado uma greve para o dia 26 de dezembro de 2022, mas, após uma reunião de emergência solicitada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), suspenderam a paralisação.

Na ocasião, ficou definido que os sindicatos voltariam a discutir a campanha salarial, buscando atender aos anseios da categoria. A rodada de negociação seguinte foi marcada para o dia 4 de janeiro. Porém, o Setra manteve a posição do reajusta de 7,19%, e ontem (12/1), realizou assembleia com seus filiados, que votaram pela continuidade desta proposta.
 
Diante disso, o STTRBH afirmou que respeitou o prazo pedido na reunião, de deliberação de greve até o 15 de janeiro e, como não houve avanço,  voltou a convocar o movimento grevista.

O que diz a população

Evelly Ferreira, de 25 anos, é advogada e assistente administrativa e depende dos ônibus diariamente para trabalhar. Ela afirmou que o impacto de uma greve seria muito grande em sua vida, pois atravessa a cidade, mas ressaltou que as greves são um direito.

“Os trabalhadores têm o direito de se manifestar por condições melhores, porém a gente tem que ver nosso lado também. Isso afeta toda a mobilidade da cidade”, disse ela.

A advogada disse que vai recorrer ao metrô na segunda-feira, mas imagina que ele esteja muito cheio. Outras alternativas apontadas por Evelly foram recorrer aos táxi-lotação ou dividir o Uber com outras pessoas.
 
Evelly Ferreira, enquanto espera ônibus em Belo Horizonte
Evelly atravessa a capital mineira diariamente de ônibus para trabalhar (foto: Maicon Costa/EM/D.A Press)
 

Clodoaldo Santos de Oliveira, de 51, auxiliar de serviços gerais, afirmou que, em caso de greve dos ônibus, a vida do belo-horizontino se tornará um caos. “Se param poucas linhas, Belo Horizonte para”.

O auxiliar de serviços gerais foi mais um que citou a sobrecarga de outros meios de transporte, como metrô e Uber, em decorrência da greve. Para ele, em caso de paralisação, outros setores deveriam parar junto, pois, mesmo que o trabalhador consiga ir trabalhar, pode acontecer dele ficar impossibilitado de voltar para casa após o expediente.

“O ônibus, hoje em dia, é tudo. Se ele parar, não tem como”, finalizou.
 
Clodoaldo Santos de Oliveira, enquanto espera ônibus em Belo Horizonte
Clodoaldo destacou que, na falta dos ônibus, metrô e Uber devem ficar lotados (foto: Maicon Costa/EM/D.A Press)
 

Técnico em meio ambiente, Pedro Ferreira, de 23, ressaltou o direito do trabalhador de entrar em greve, mas destacou que a paralisação dos ônibus acaba prejudicando outros profissionais.

“A greve é um direito do trabalhador, que deve sempre buscar melhores condições de trabalho. Mas, no caso dos ônibus, um serviço essencial também para outros trabalhadores, vai dificultar muito a chegada no trabalho”, afirmou Pedro.

O que diz a PBH


Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) apelou para que os sindicatos patronal e laboral cheguem a um acordo nas negociações. Segundo o Executivo Municipal, o atual contrato com as concessionárias prevê que as empresas têm responsabilidade exclusiva na negociação com os funcionários.

A PBH ainda afirma que o índice de 8,2% de reajuste reivindicado pelos trabalhadores será considerado no equilíbrio econômico-financeiro do contrato firmado com as concessionárias.

 


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