Desde a madrugada desta segunda-feira (16/1), motoristas e cobradores de ônibus de Belo Horizonte fazem greve pedindo melhorias nas condições de trabalho da categoria. O movimento é coordenado pelo Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belo Horizonte e Região (STTRBH).
As estações do Barreiro e São Gabriel, duas das mais movimentadas estações de ônibus da capital mineira, amanheceram fechadas. As outras cinco funcionam parcialmente. São elas: Diamante, José Cândido da Silveira, Pampulha, Venda Nova e Vilarinho. Passageiros reclamam de fila e superlotação.
O presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de BH chamou a greve de locaute - quando ela é promovida pelo empregador.
O presidente da Associação dos Usuários de Transporte Coletivo de BH chamou a greve de locaute - quando ela é promovida pelo empregador.
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O STTRBH argumentou que as demais cidades da RMBH terem fechado um reajuste de 8,2% cria um parâmetro de negociação, visto que a demanda em Belo Horizonte é, na visão do sindicato, maior que nos municípios vizinhos.
De acordo com o sindicato dos rodoviários, é preciso que o Setra-BH avance nessa proposta de reajuste salarial para que as negociações continuem. Além do aumento nos pagamentos, a categoria espera melhorias em mais duas áreas: o retorno do ticket alimentação nas férias e regulamentação dos horários de intervalo.
Ticket alimentação
O sindicato dos rodoviários explicou que os trabalhadores recebiam o ticket alimentação nas férias, mas que o benefício acabou sendo retirado. De acordo com STTRBH, os trabalhadores chegaram a ganhar na justiça o direito de recebimento, mas as empresas de ônibus recorreram da decisão.
O órgão contou, ainda, que os funcionários das empresas que atuam na RMBH conseguiram o benefício e voltaram a receber o ticket alimentação nas férias.
Regulamentação de horários de intervalo
Situação semelhante a da regulamentação dos horários de intervalo. O STTRBH explicou que, atualmente, é possível que as empresas ofereçam até 2h de descanso aos rodoviários, mas que na maioria dos locais, esse tempo não é aplicado, variando de organização para organização.
A assessoria do sindicato explicou que isso faz com que, em algumas situações, o funcionário tenha um tempo de descanso menor que 2h, mas que, na hora de contabilizar as horas extras, sejam consideradas essas 2h de intervalo, mesmo que elas não tenham sido adotadas.
Os rodoviários pedem, então, uma regulamentação que defina que o tempo de intervalo seja de 1h20 em todas as empresas. Esse é mais um caso que, de acordo com o sindicato, houve ganho em prol dos trabalhadores na justiça, mas que as empregadoras recorreram.
Uma nova reunião, marcada pelo Ministério Público do Trabalho, entre STTRBH, Setra-MG e PBH, está sendo realizada desde as 10h, para tentar fechar um acordo e pôr fim ao movimento grevista.