Jornal Estado de Minas

CHACINA

Família desaparecida: corpos carbonizados em Unaí são femininos

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) ainda trabalha para a completa identificação dos corpos femininos que foram encontrados carbonizados dentro de um carro na BR-251, em Unaí, na Região Noroeste de Minas Gerais. O veículo seria do sogro da cabeleireira Elizamar da Silva, de 39 anos, desaparecida desde a última quinta-feira (12/1)

Em entrevista coletiva cedida na tarde desta quarta-feira (18/1), o chefe do setor de antropologia forense do Instituto Médico Legal (IML), Alex Sander Dionísio, explicou que, por enquanto, é possível afirmar se tratar de um corpo jovem e um mais velho, descartando a hipótese de uma criança.





"A gente ainda não tem a faixa etária, porque nos exames são retirados segmentos que serão submetidos a limpeza, secagem e fotografia. Processo demorado, pois exige a coleta de vários materiais com cautela, para não danificar os ossos", destacou Alex Sander.

Os corpos já foram submetidos a exames de radiológicos - raio-x e tomografia -, estando em etapa de necropsia. A PCMG ainda tenta identificar se as vítimas foram queimadas ainda vivas ou já mortas, no entanto, nenhum tipo de projétil ou objeto metálico foi constatado pelos exames.

O IML tem dificuldades em trabalhar nos corpos devido ao alto grau de carbonização, portanto, ainda não existe uma previsão para a conclusão dos exames.





A suspeita principal é que os corpos sejam da sogra da cabeleireira, Renata Juliene Belchior, de 52 anos, e da cunhada, Gabriela Belchior, de 25 anos. O fato foi levantado após o depoimento de Horácio Barbosa, 49, autor do assassinato de seis pessoas da família a mando do marido de Elizamar, Thiago Gabriel Belchior.

Próximos Passos

Os próximos passos além da continuidade dos exames que determinam a idade das vítimas, são exames de comparação e/ou DNA.

Alex Sander explica que para a comparação de imagens é necessário que a PCMG tenha em mãos, exames feitos enquanto as mulheres ainda estavam vivas, como raio-x e tomografia, esses então seriam comparados com os exames feitos no IML. Já para os exames de DNA é necessário material dos familiares das vítimas, que seriam comparados com o DNA dos corpos.

A pergunta agora é se os resultados do IML de BH, assim que concluídos, serão encaminhados para as Polícias de Goiás e ou o material exigido para os exames serão trazidos para a capital mineira. A logística ainda está sendo avaliada.

"Ainda avaliamos a melhor maneira de dar continuidade, de forma rápida e segura. Ainda sim, o resultado será encaminhado à Polícia Civil do Distrito Federal, que investiga o caso", disse Naray Jesimar, diretora do IML.

*Estagiário sob supervisão de Fernanda Borges