A técnica de enfermagem Michelle Rosalina Moreira Santos, de 29 anos, que está desempregada para cuidar do filho de 7 anos que sofre com crises epilépticas, decidiu passar a madrugada desta quinta-feira (19/1) com ele em frente à sede da Companhia Habitacional do Vale do Rio Grande (Cohagra), em Uberaba, Triângulo Mineiro, na busca pela casa própria. A drástica atitude de uma mãe em desespero sensibilizou as autoridades e a prefeitura disponibilizou um abrigo provisório para a família.
Michelle disse que o caso dela e do filho é considerado de extrema urgência, já que, atualmente, moram de favor em um residência, sendo que a proprietária disse que isso não será mais possível.
“Todos os meus familiares são de Araguari (Triângulo Mineiro) para onde não tenho condições de retornar. Meu filho tem traços de autismo, mas ainda não há um diagnóstico. O pai dele é ausente e tenho contra ele uma medida protetiva, além do pedido judicial de pensão alimentícia”, relatou Michelle, que se inscreveu no programa Minha Casa Minha Vida em setembro de 2016.
O presidente da Cohagra, Davidson José Chagas, disse que, atualmente, assim como Michelle, cerca de 3,2 mil moradores de Uberaba aguardam a casa própria.
“De forma emergencial buscaremos apoio da Secretaria de Desenvolvimento Social de Uberaba para providenciar um local para Michelle e seu filho. Paralelamente, a situação passará novamente por avaliação em busca de uma solução definitiva para as famílias à espera da casa própria em Uberaba”, declarou Chagas a uma rádio local.
Após o drama de Michelle e seu filho ganhar repercussão nas de redes sociais, a Secretaria de Desenvolvimento Social de Uberaba informou no final da manhã de hoje (19/1) que a família foi acolhida e encaminhada, de forma provisória, a um abrigo da cidade, que é mantido pela prefeitura.
O vereador Paulo César China (PMN), que acompanha o caso, disse que está indignado com a situação. “Michelle e o filho chegaram 19h30 da noite de ontem na porta da Cohagra e permaneceram até hoje pela manhã (...) eu entrei com mais de 80 ações judiciais contra a Cohagra por causa de casos de pessoas em situação de risco que não têm casas para morar (...) a Cohagra tem várias casas que foram retomadas e poderia destinar uma para a Michele (...) a verdade é que falta vontade, competência e disponibilidade para resolver”, considerou.