Descer a rua Monsenhor João Rodrigues, no Bairro Industrial de Contagem, é fácil. O problema é subir. Muito íngreme, a via é palco de acidentes com carros, caminhões e carretas pelo menos todas as semanas. Há décadas, os moradores pedem uma solução, como tornar a via mão única.
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Cratera fecha Avenida Tereza Cristina em ContagemMoradores de bairro de Contagem estão sem água há três diasCratera muda trânsito em Contagem, na Avenida Eugênio PacelliSegundo Alan, esse é pelo menos o quarto abaixo-assinado que os moradores têm com essa reivindicação. A mobilização começou há cerca de 20 anos, quando uma van tentou subir a rua, não conseguiu e voltou em cima de um homem que saía de casa. Ele foi prensado contra o muro, e morreu.
Os moradores buscam apoio de vereadores e autoridades municipais. Uma vereadora apoiou a causa no ano passado, mas a resposta que receberam da Autarquia Municipal de Trânsito e Transportes de Contagem (TransCon) foi a mesma de sempre — que o pedido é inviável.
Eles alegam que a rua é a principal rota entre o Conjunto Sandoval de Azevedo e a Cidade Industrial. Com muitas ruas com declive acentuado na região, a TransCon aponta “inexistência de outras vias capazes de atender a demanda de deslocamento da população de forma segura”.“Estamos analisando outras medidas de engenharia eficazes para a redução de acidentes no local”, diz a autarquia.
Descaso em Contagem
Mas os vizinhos não acreditam na impossibilidade. “É mentira. Desde junho eles dizem que estão fazendo esse estudo, e nada é feito. Eles só vêm aqui para guinchar os carros”, conta Alan. Ele aponta que o tráfego de veículos pesados já é proibido. Se existe desvio para veículos pesados, por que não poderia haver para os leves?
Por ser muito íngreme, a rua impede a visão, para quem está descendo, dos carros subindo — e vice-versa. Esse é, segundo Alan, um dos motivos dos acidentes regulares, como um, no qual o portão da sua casa foi completamente destruído. Um motorista se assustou com outro carro que vinha na direção contrária e girou o volante com tudo, entrando na casa de Alan.
A Prefeitura de Contagem não explicou quais projetos de engenharia estão sendo estudados como alternativa à mão única. Enquanto isso, os acidentes continuam, e a indignação dos moradores, também.