Nesta sexta-feira (27/1), o “encontro” com os leitores se tornou ainda mais especial, pois, após quatro anos fechada, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, na Praça da Liberdade, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, reabre as portas, incluindo o anexo Professor Francisco Iglesias, que funciona na Rua da Bahia.
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O complexo literário, com dois prédios, totaliza 9 mil metros de área construída. O setor de empréstimos também ficou interrompido desde 2019. O atendimento ao público e os serviços recomeçam na segunda-feira (30/1).
Depois de percorrer parte da biblioteca e conhecer o acervo literário, o governador Romeu Zema disse que foram contemplados, nesta revitalização, setores importantes como a segurança e acessibilidade. "Vamos melhorar ainda mais a Biblioteca Pública, e estou vendo a possibilidade de ser construída a passarela (planejada em 2000) para unir os dois prédios".
Obras
Vinculada à Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), integrante do Circuito Liberdade e com acervo formado por 500 mil exemplares, com obras raras, algumas dos tempos imperiais, a biblioteca foi alvo de obras no prédio-sede, recebendo projeto de segurança para obtenção do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB), guarda-corpo das rotas de fuga, instalação de porta corta-fogo no primeiro pavimento, acessibilidade e outros benefícios, como manutenção de janelas e fachada e impermeabilização para sanar problemas de infiltração no terceiro andar e subsolo.
De acordo com a Secult, o anexo da Rua da Bahia contou com projeto de segurança para obtenção do AVCB, por meio de instalação do guarda-corpo das rotas de fuga, placas de sinalização e equipamentos para prevenção de incêndios, além de manutenção elétrica no primeiro e segundo pavimentos do prédio e melhorias na fachada. A entrega desse espaço representa a reabertura completa da Biblioteca.
O local conta com salas de estudos e pesquisa, empréstimo domiciliar, espaço “Geek”, com os quadrinhos, área reservada à internet, exposições e sala de palestras. Na cerimônia de reabertura, o secretário de Estado de Cultura e Turismo, Leônidas Oliveira reafirmou seu amor pela literatura, ressaltou a importância do acesso das pessoas à leitura e fez um convite para que todos procurem a biblioteca ou uma das 700 existentes em Minas. Disse ainda que a reabertura do anexo da Biblioteca Pública vai potencializar o estímulo ao conhecimento, ao saber. “Nada melhor do que ler para descobrirmos o novo mundo que nos apresenta e, assim, sermos melhores e mais felizes”.
Novidades
O público conta com novidades no acervo, pois a Associação dos Amigos da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Sabe), via Lei Federal de Incentivo à Cultura, entregou mais de 17 mil itens ao equipamento gerido pela Secult. O término da catalogação do acervo está previsto para março, mas já serão entregues, até o final de fevereiro, 11 novas estantes custeadas com recursos do projeto e doadas para o setor de empréstimos. Até o momento, também foram adquiridos 23 novos livros em Braille.
Atualmente, o acervo da biblioteca tem mais de 500 mil exemplares, disponíveis entre livros, revistas e jornais históricos. E reúne obras representativas da produção intelectual de escritores brasileiros e estrangeiros, as quais podem ser encontradas no setor de empréstimo e nas coleções específicas localizadas em diferentes setores da biblioteca, como, por exemplo, a coleção de autores mineiros (Mineiriana), coleção de obras raras e especiais (Patrimonial), coleção de periódicos antigos (Hemeroteca), coleção infanto-juvenil (BIJU), além do acervo em Braille.
História
Inaugurada em 1954, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais é um dos espaços culturais mais importantes do estado, oferecendo ações destinadas ao fomento artístico e cultural, por meio da leitura e da literatura. A última revitalização ocorreu em 2000, quando a fachada da sede passou recebeu reformas. Um ano antes, em 1999, o anexo já havia sido reformado, quando a Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais (SEF/MG) cedeu o espaço para a pasta de Cultura e Turismo.
Uma “página” triste desta história ocorreu às vésperas do Natal de 2012. Na madrugada de 23 de dezembro, um incêndio atingiu a biblioteca e as chamas atingiram o terceiro andar. Na época, a Secult informou que a área afetada correspondia a menos de 5% do prédio. O fogo danificou móveis, material de escritório e computadores, sem causar danos ao acervo e patrimônio edificado.