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Estado de Minas BAIRRO PADRE EUSTÁQUIO

Rua fechada para trânsito divide moradores diante de indefinição da PBH

Rua Bartolomeu de Gusmão está há cinco meses fechada sob pretexto de construção de uma praça. Moradores têm visões diferentes sobre o impacto da intervenção


27/01/2023 19:25 - atualizado 27/01/2023 19:42

Rua Bartolomeu de Gusmão fechada para trânsito
Paralelepípedos de concreto impedem trânsito na rua (foto: Ramon Lisboa/EM/ D.A Press)
O futuro da Rua Bartolomeu de Gusmão, no Bairro Padre Eustáquio, região Noroeste de Belo Horizonte, deixa moradores em dúvida. Um quarteirão da via está com trânsito interditado desde setembro do ano passado sob promessa de construção de uma praça pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). As obras, no entanto, nunca saíram do papel.

O ponto entre as ruas Pará de Minas e Olinto Magalhães, de trânsito intenso e grande fluxo de ônibus na Região Noroeste da capital, costumava ser uma via de mão dupla entre as duas ruas principais, além de um caminho para o aeroporto Carlos Prates e o Hospital Alberto Cavalcanti.

De acordo com moradores, a interdição do ponto aconteceu após uma votação entre os vizinhos, organizada pela BHTrans, e que teve resultado favorável à intervenção no trânsito. No entanto, cinco meses após a mudança, não houve qualquer indício de que a obra de construção da praça sairia do papel.

Questionada pela reportagem, a PBH disse que o fechamento da via será reavaliado por equipes da BHTrans. A prefeitura, porém, também afirma que a praça da Rua Bartolomeu de Gusmão encontra-se em fase final de revisão, etapa anterior à abertura de um processo licitatório para realização das obras.


O que dizem moradores da região

O cenário de indefinição se repete entre moradores e trabalhadores da região. Naiara Cristina mora e trabalha na rua e se divide em relação aos impactos do fechamento da via.

“Para o comércio foi ruim, fecharam e não deram satisfação. Eu tinha uma casa de rações aqui, e ela foi bem afetada. Eu já tinha o projeto de fechar a loja e, com a interdição e a queda no movimento, ele foi antecipado. Meu pai tem uma oficina de carros na rua há mais de 30 anos e reclamado bastante. O fluxo de clientes diminuiu, o pessoal fica confuso com a sinalização”, conta.

Naiara, no entanto, aprova a construção da praça e até avalia positivamente a interdição da rua nos últimos meses. “Para os moradores é ótimo, tudo mais calmo, até meu filho pode brincar, ficamos tranquilos na calçada”.

Rua Bartolomeu de Gusmão interditada para trânsito
Ao lado da rua fechada, trânsito intenso na Rua Pará de Minas durante a tarde (foto: Ramon Lisboa/EM/ D.A. Press)


O empresário Júlio César Bacelar é morador da região, mas não aprova a interdição da rua e a construção da praça. Ele argumenta que os arredores já contam com a Praça Tejo no quarteirão vizinho e que o trânsito fica comprometido sem a Rua Bartolomeu de Gusmão.

“Eu rodo bastante pela região e percebo que o trânsito ficou bem pior. Eu, por exemplo, quando saio de casa, agora sou obrigado a pegar a Pará de Minas, que está sempre movimentada. Além disso, o povo usava a rua para desviar e acessar o Anel Rodoviário e a Praça São Vicente. Já temos uma praça na região, não vejo essa mudança como algo viável em momento algum”, protesta.


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