Três pessoas foram condenadas a mais de 30 anos de prisão por exploração sexual de travestis e transexuais, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Entre os réus está a ex-vereadora Pâmela Volp Rodrigues Cardoso, que ainda também responde por tentativa de latrocínio, extorsão e tentativa de homicídio, na mesma cidade.
Conforme o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), as rés foram denunciadas por roubo e extorsão qualificada. Na sentença divulgada nessa terça-feira (31/1), Pâmela foi condenada a mais de dez anos e dez meses de reclusão em regime fechado, uma vez que já havia sido considerada culpada em outro processo da mesma operação, no fim do ano passado.
Leia Mais
Mulher mata homem a facadas durante jantar em UberlândiaMotorista se fere após atropelar vaca em UberlândiaUberlândia: bombeiros encontram corpo que pode ser de mulher desaparecidaSuspeita de obrigar adolescente a se prostituir é presa em MinasEx-vereadora terá que pagar R$ 20 mil a vítima de tentativa de latrocínioPolicial militar é condenado a 18 anos de prisão por morte de ex-mulherMorre no Zoológico de BH a onça-pintada Janis, de 19 anosFazendeiro mineiro que ostentou suástica dentro de bar é condenadoDe acordo com a sentença, no processo há vários boletins de ocorrências indicando a atuação violenta por parte das acusadas, com indicação de ações voltadas à intimidação e agressão de diversas pessoas, com o intuito de manter o domínio do mercado de exploração de travestis e transexuais.
Ainda conforme a decisão da Justiça, as provas produzidas evidenciam que Pâmela Volp exercia o monopólio da exploração de travestis e mulheres trans e não media esforços para manter o seu poder, valendo-se de capangas para amealhar dinheiro com o controle de pontos de prostituição e intimidar vítimas.
Resgates
Em março de 2022, durante uma nova fase da Operação Libertas, o Ministério Público e o Ministério Público do Trabalho foram a dez locais, onde encontraram travestis vivendo em situações precárias. Em todos os lugares foram encontradas geladeiras trancadas e camas e quartos em condições consideradas degradantes.
As diligências aconteceram em Uberlândia e Criciúma, em Santa Catarina. De acordo com as instituições, nos locais visitados, travestis eram alojadas obrigatoriamente e precisavam trabalhar com a prostituição, com cobrança por alimentação, por exemplo. Foi feito o resgate das pessoas submetidas ao trabalho análogo à escravidão em razão da servidão por dívidas e do trabalho forçado.
* Com informações de Vinícius Lemos