Sonhos interrompidos por uma tragédia, a saudade manifesta em abraços que consolam e a necessidade de transformar a dor em coragem para seguir em frente deram o tom das homenagens realizadas para as vítimas do acidente de ônibus do time de futebol Vila Maria Helena, na BR-116, em Além Paraíba, na Zona da Mata de Minas Gerais, na madrugada de segunda-feira (30/1). A queda do veículo de uma ponte causou quatro mortes e deixou 29 pessoas feridas. Sob forte comoção, o tributo ocorreu na praça do bairro Parque Paulista, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, na noite de sexta-feira (3/2).
Orações e louvores foram intercalados com momentos em que amigos se abraçavam e choravam pela perda. Em um ato simbólico, diversos balões brancos com gás hélio foram soltos – quatro deles levavam uma imagem de cada um daqueles que morreram: Kaylon da Silva Paixão, 13 anos, Thyago Ramos de Oliveira, 15, Andrey Viana da Costa, 15, e o treinador Diogo Coutinho Vilar, 18.
Durante as homenagens, o pai de Kaylon, Gilson Alves Paixão Júnior, de 31 anos, fez um desabafo. Para ele, o acidente na rodovia foi causado pela imprudência do motorista do ônibus. “Essa é uma tragédia física e moral. (...). Pegar o corpo de um filho naquele lugar horrível, que cheirava a morte? Ele [o motorista], pra mim, é um criminoso. Ninguém vai tirar isso da minha cabeça”, disse.
Conforme José Geraldo Neves, de 41 anos – organizador da Copa Nacional de Base, evento no qual os atletas participaram no domingo (29/1) – , o motorista conduzia o ônibus em alta velocidade. “É inacreditável. Quando começamos a conversar com os pais e com os garotos, a gente foi percebendo que não foi acidente”, declarou em entrevista ao Estado de Minas. Segundo ele, o condutor queria chegar cedo em casa.
De acordo com a Polícia Civil, o responsável por guiar o coletivo, de 50 anos, afirmou inicialmente em depoimento que não se lembrava “muito bem” do ocorrido. No entanto, depois, alegou ter tido a impressão de ter visto uma carreta e entendido que ela faria uma ultrapassagem. O homem informou ainda que o outro motorista teria desistido da manobra, mas, por ter se assustado, acabou jogando o ônibus para o lado.
O acidente
Jogadores do Esporte Clube Vila Maria Helena voltavam para Duque de Caxias (RJ) após um torneio da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 km de Belo Horizonte, quando o ônibus em que eles estavam caiu de uma ponte de 10 metros de altura no KM 792 da BR-116.
O acidente aconteceu na madrugada de segunda-feira (30/1), sendo que, no dia anterior, o time levou o título de campeão na categoria sub-18 e emplacou o segundo lugar na sub-16. O evento esportivo do qual eles participaram serve para revelar novos talentos do futebol e é acompanhado de perto por olheiros de equipes profissionais.
O acidente aconteceu na madrugada de segunda-feira (30/1), sendo que, no dia anterior, o time levou o título de campeão na categoria sub-18 e emplacou o segundo lugar na sub-16. O evento esportivo do qual eles participaram serve para revelar novos talentos do futebol e é acompanhado de perto por olheiros de equipes profissionais.
De acordo com a Polícia Civil, os procedimentos de necropsia apontaram que as causas das quatro mortes foram múltiplas lesões nos corpos em função do trauma provocado pela batida.
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a empresa responsável pelo ônibus que transportava os atletas possui habilitação vigente para realizar transporte interestadual de passageiros, no modo fretamento. Além disso, o veículo tinha licença de viagem para o trecho entre Duque de Caxias e Ubaporanga.
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a empresa responsável pelo ônibus que transportava os atletas possui habilitação vigente para realizar transporte interestadual de passageiros, no modo fretamento. Além disso, o veículo tinha licença de viagem para o trecho entre Duque de Caxias e Ubaporanga.