As aulas da rede estadual de ensino voltaram nesta segunda-feira (6/2) em Minas Gerais. Nas 3.461 escolas espalhadas pelos quatro cantos do estado, as mesas, salas e quadras foram mais uma vez ocupadas pelos cerca de 1,7 milhão de estudantes mineiros.
Em Sabará, na região metropolitana da capital, as aulas voltaram em clima de comemoração, com a reinauguração da Escola Estadual Paula Rocha. O prédio, tombado como patrimônio histórico, teve que ser restaurado, e ficou sem receber alunos desde 2012. Foram investidos R$ 5,4 milhões.
“Aqui na Escola Paula Rocha fizemos uma revitalização e adequação de todo o espaço para receber os estudantes novamente. Nós conseguimos fazer a restauração e, agora, os nossos alunos têm um ambiente melhor para estudar. Uma escola que é de 1907 e demorou 10 anos para ser reaberta”, comemorou o secretário de Educação de Minas Gerais, Igor de Alvarenga, que visitou a unidade no primeiro dia do ano letivo 2023. O antigo Grupo Escolar de Sabará é a terceira instituição mais antiga de Minas Gerais, criada durante o governo de João Pinheiro.
Investimentos
Junto ao novo ano letivo, investimentos na alimentação e no transporte escolar também foram anunciados.
Segundo o governo, a partir de agora as escolas receberão um valor mínimo de R$ 51,2 mil para a merenda, independente da quantidade de alunos matriculados – um aumento de R$ 62 milhões na verba destinada à comida dos estudantes. Com isso, o valor gasto anualmente por pessoa será de R$ 189,60.
O transporte escolar também recebeu novos investimentos, totalizando R$ 800 milhões neste ano. O valor é 60% maior do que no ano passado. Foi feita uma mudança na regra de divisão dos recursos entre os municípios, que passarão a receber por quilômetro rodado, e não por estudante matriculado, como antes.
Matrículas
As matrículas ainda estão abertas, até esta sexta-feira (10/2). O cadastro é feito pela internet, onde o candidato escolhe uma das escolas na sua região onde ainda restam vagas. Em seguida, ele deve comparecer à escola escolhida em até dois dias, tendo em mãos os documentos exigidos.
Paralisação
A volta às aulas, porém, pode ter que ficar para mais tarde. Os professores estão reivindicando um reajuste salarial e o cumprimento do piso nacional da categoria. Caso contrário, o indicativo é de greve.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação de Minas Gerais, são atualmente pagos R$ 2.340,40 para professores em início de carreira, enquanto o piso nacional estabelecido por lei é de R$ 4.420,55. Um reajuste de 15% no piso foi anunciado pelo Governo Federal, mas os reajustes têm sido ignorados pelo executivo estadual, afirmam os professores.
Uma paralisação em todo o estado foi marcada para esta quarta-feira (8/2). Além da greve, os educadores vão protestar em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais a partir das 9 horas. A palavra de ordem do até é “contra as maldades do governo Zema” e “em defesa da Lei do Piso da Educação” (nº 21.710/2015).
Calendário
O calendário escolar deste ano, segundo a Secretaria de Educação, prevê 200 dias letivos entre esta segunda e o dia 20 de dezembro. O recesso escolar de inverno será entre 17 e 31 de julho. A semana do professor, como é conhecida, está prevista entre os dias 9 e 13 de outubro.
Trânsito
O impacto do retorno no fluxo de pessoas não passou despercebido. Em Belo Horizonte, apesar dos ônibus voltarem a funcionar com mais horários, prevendo o fluxo intenso, o congestionamento de veículos não foi evitado. No Anel Rodoviário, a concessionária Via 040 já registrou três acidentes ao longo do dia, e lentidão de alguns quilômetros no sentido Rio de Janeiro.