Morreu na madrugada desta terça-feira (7/2), em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, o jogador de futebol Felipe Gabriel Silva de Souza, de 16 anos. O jovem, que estava internado no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes (HMAPN), é uma das vítimas do acidente na BR-116, em Além Paraíba, na Zona da Mata mineira, quando um ônibus com atletas do Esporte Clube Vila Maria Helena caiu de uma ponte na altura no KM 792 da rodovia.
A direção da unidade hospitalar informou que o paciente estava "instável hemodinamicamente" e sofreu uma parada cardiorrespiratória. A equipe médica tentou realizar manobras de ressuscitação, mas Felipe Gabriel não resistiu. O óbito foi confirmado à 0h30 e o corpo encaminhado nesta manhã para o Instituto Médico-Legal (IML) de Duque de Caxias por uma equipe do Corpo de Bombeiros.
O adolescente havia dado entrada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) após ser transferido do Hospital São Salvador, de Além Paraíba, em Minas, na quarta-feira (1º/2). Essa mesma unidade hospitalar, inclusive, transferiu, na mesma data, o jogador Ícaro Morais Pereira, também de 16 anos. Ele recebeu alta às 11h20 nesta terça-feira após ficar internado na enfermaria da unidade.
Outro paciente que deu entrada na última quarta-feira no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes foi Victor Júnior Silva do Nascimento, que veio transferido da Casa de Caridade Leopoldinense, em Leopoldina. Conforme a direção da unidade, o estado de saúde do jogador de 16 anos – que está internado no CTI – é “gravíssimo”.
O acidente
Jogadores do Esporte Clube Vila Maria Helena voltavam para Duque de Caxias (RJ) após um torneio da Copa Nacional de Base, em Ubaporanga, a 315 km de Belo Horizonte, quando o ônibus em que eles estavam caiu de uma ponte de 10 metros de altura no KM 792 da BR-116, em Além Paraíba. O veículo caiu de cabeça para baixo, matando Kaylon da Silva Paixão, 13 anos, Thyago Ramos de Oliveira, 15, Andrey Viana da Costa, 15, e o treinador Diogo Coutinho Vilar, 18.
O acidente aconteceu na madrugada de segunda-feira (30/1), sendo que, no dia anterior, o time levou o título de campeão na categoria sub-18 e emplacou o segundo lugar na sub-16. O evento esportivo do qual eles participaram serve para revelar novos talentos do futebol e é acompanhado de perto por olheiros de equipes profissionais.
De acordo com a Polícia Civil, os procedimentos de necropsia apontaram que as causas das quatro mortes foram múltiplas lesões nos corpos em função do trauma provocado pela batida.
Conforme a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a empresa responsável pelo ônibus que transportava os atletas possui habilitação vigente para realizar transporte interestadual de passageiros, no modo fretamento. Além disso, o veículo tinha licença de viagem para o trecho entre Duque de Caxias e Ubaporanga.
Homenagens
Na última sexta-feira (3/2), familiares e amigos realizaram uma homenagem às vítimas da tragédia na praça do bairro Parque Paulista, em Duque de Caxias. Orações e louvores foram intercalados com momentos em que amigos se abraçavam e choravam pela perda. Em um ato simbólico, diversos balões brancos com gás hélio foram soltos – quatro deles levavam uma imagem de cada um daqueles que morreram.
Durante as homenagens, o pai de Kaylon, Gilson Alves Paixão Júnior, de 31 anos, fez um desabafo. Para ele, o acidente na rodovia foi causado pela imprudência do motorista do ônibus. “Essa é uma tragédia física e moral. (...). Pegar o corpo de um filho naquele lugar horrível, que cheirava a morte? Ele [o motorista], pra mim, é um criminoso. Ninguém vai tirar isso da minha cabeça”, disse.