Um espetáculo da natureza, mas que pode ser mortal. Avistar um raio está longe de ser um fato novo e empolgante, mas ver vários despencando em sequência definitivamente não é todo dia. O fotógrafo Vini Pissá, de 36 anos, registrou literalmente uma chuva deles em Iguatama – município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estado.
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Em entrevista ao Estado de Minas, o meteorologista Ruibran dos Reis, da Climatempo, destaca que desde o último domingo (5/2) uma frente fria vem atuando em Minas, sendo que antes uma massa de ar quente predominava em todas as regiões do estado.
“Com esse choque, houve a formação de linhas de instabilidade caracterizadas por aglomerados de nuvens, que chamamos de cumulonimbus – ou seja, aquelas que causam raios”, inicia Ruibran ao analisar os registros fotográficos de Vini Pissá. “Elas têm uma base em torno de mil metros, mas o topo pode chegar até 15 quilômetros”, completa.
“As nuvens que estão a uma altura de no mínimo cinco mil metros podem conter granizos dentro delas, e a colisão entre eles cria eletricidade dentro das nuvens. Em Minas, isso é mais comum nos meses de fevereiro e outubro, quando há temperaturas muito elevadas e mais disponibilidade de umidade. A formação desses aglomerados de nuvens pode atingir em torno de 20 a 30 quilômetros de comprimento”, explica.
Cinturão com alto índice de raios em Minas
Conforme explica Ruibran, existe um cinturão com alto índice de raios em Minas começando em Bocaina, no Sul do estado, e segue em direção a Juiz de Fora, São João del-Rei, Tiradentes e Conselheiro Lafaiete, até chegar em Belo Horizonte. Depois segue no sentido de Sete Lagoas e sobe em direção a Serra da Canastra, chegando perto de Uberaba.
“Em caso de tempestades, a recomendação é evitar ficar em áreas abertas, como campos de futebol, perto de piscinas e embaixo de árvores, por exemplo. Até mesmo dentro de casa não se deve ficar perto das janelas”, observa o meteorologista.