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Estado de Minas IMAGENS IMPRESSIONANTES

Espetaculares, mas mortais: fotógrafo registra chuva de raios em Minas

Fenômeno, que geralmente acontece nos meses de fevereiro e outubro, é provocado por choque entre granizos em nuvens a cinco mil metros de altura


08/02/2023 22:05 - atualizado 10/02/2023 13:51

Ver galeria . 12 Fotos O fotógrafo Vini Pissá, de 36 anos, registrou uma chuva de raios em Iguatama, município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estadoVini Pissá/Divulgação
O fotógrafo Vini Pissá, de 36 anos, registrou uma chuva de raios em Iguatama, município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estado (foto: Vini Pissá/Divulgação )
Um espetáculo da natureza, mas que pode ser mortal. Avistar um raio está longe de ser um fato novo e empolgante, mas ver vários despencando em sequência definitivamente não é todo dia. O fotógrafo Vini Pissá, de 36 anos, registrou literalmente uma chuva deles em Iguatama – município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estado. 
 
Com uma câmera da Nikon, modelo 7200, instalada em um tripé e utilizando três lentes – 35 mm, 70 mm e 10.8 mm – , Pissá registrou quando os raios começaram a surgir perto de sua casa por volta das 19h30 dessa terça-feira (7/2).  

“Para fazer o registro, realizei disparos sequenciais de longa exposição, cada um com 30 segundos e um intervalo de um segundo entre um disparo e outro. Fiquei fotografando por 15 minutos e, nesse período, vi pelo menos uns 40 raios”, conta o fotógrafo.  
 
Em entrevista ao Estado de Minas, o meteorologista Ruibran dos Reis, da Climatempo, destaca que desde o último domingo (5/2) uma frente fria vem atuando em Minas, sendo que antes uma massa de ar quente predominava em todas as regiões do estado.
 
Fenômeno foi registrado em Iguatama, município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estado
Fenômeno foi registrado em Iguatama, município mineiro com pouco mais de 8 mil habitantes no Centro-Oeste do estado (foto: Vini Pissá/Divulgação)

 
“Com esse choque, houve a formação de linhas de instabilidade caracterizadas por aglomerados de nuvens, que chamamos de cumulonimbus – ou seja, aquelas que causam raios”, inicia Ruibran ao analisar os registros fotográficos de Vini Pissá. “Elas têm uma base em torno de mil metros, mas o topo pode chegar até 15 quilômetros”, completa. 
 
“As nuvens que estão a uma altura de no mínimo cinco mil metros podem conter granizos dentro delas, e a colisão entre eles cria eletricidade dentro das nuvens. Em Minas, isso é mais comum nos meses de fevereiro e outubro, quando há temperaturas muito elevadas e mais disponibilidade de umidade. A formação desses aglomerados de nuvens pode atingir em torno de 20 a 30 quilômetros de comprimento”, explica. 

Cinturão com alto índice de raios em Minas 

Conforme explica Ruibran, existe um cinturão com alto índice de raios em Minas começando em Bocaina, no Sul do estado, e segue em direção a Juiz de Fora, São João del-Rei, Tiradentes e Conselheiro Lafaiete, até chegar em Belo Horizonte. Depois segue no sentido de Sete Lagoas e sobe em direção a Serra da Canastra, chegando perto de Uberaba.
 
“Em caso de tempestades, a recomendação é evitar ficar em áreas abertas, como campos de futebol, perto de piscinas e embaixo de árvores, por exemplo. Até mesmo dentro de casa não se deve ficar perto das janelas”, observa o meteorologista. 


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