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Estado de Minas PERIGO NAS ESTRADAS

Vai viajar no carnaval? Veja as principais armadilhas em rodovias de MG

Levantamento mostra condição dos caminhos até alguns dos destinos preferidos dos mineiros. Estragos exigem atenção, especialmente nas rodovias estaduais


12/02/2023 04:00 - atualizado 12/02/2023 09:38

Na MG-050, em Juatuba, cratera engoliu o acostamento
Na MG-050, em Juatuba, cratera engoliu o acostamento, a ciclovia, dois "remendos" e ameaça interromper a pista. Um risco para motoristas e ainda maior para ciclistas, como Wagner Pereira (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A.PRESS)
Uma corrida de obstáculos separa os mineiros de alguns dos destinos turísticos mais procurados no feriado de carnaval que se aproxima. Com o excesso de chuvas dos últimos meses, as condições de várias estradas se agravaram e, na maioria delas, a resposta foram remendos que muitas vezes pioram as condições do tráfego, criam armadilhas e exigem atenção extra de motoristas, além de prejudicar o fluxo de veículos, naturalmente aumentado durante os recessos.

Nas últimas duas semanas, equipes do Estado de Minas mostraram as condições críticas das piores rodovias federais que cruzam o território mineiro: a BR-381 (Belo Horizonte a João Monlevade), BR-262 (João Monlevade a Vitória-ES) e a BR-265 (Lavras a São João del-Rei). São importantes ligações da maior malha viária do país com seis outros estados das regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste. Esta edição traz um levantamento mais abrangente, que inclui as vias estaduais ou administradas pelo estado, que concentram 93% dos pontos de interdição no mapa de Minas.

As condições de estradas que levam a destinos apreciados pelos mineiros (veja no fim deste texto) revelam buracos, degradação, falta de acostamentos, erosões, drenagens, barreiras que ameaçam deslizar e acostamentos ruindo em praticamente 276 quilômetros dos 3.476 pesquisados

Um índice de 8%, em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, que deve inspirar a cautela dos viajantes, sobretudo no trecho mineiro da BR-262 (João Monlevade-Martins Soares), onde 50 quilômetros, dos 196, estão arruinados, uma devastação de 26%.
Ciclista Wagner Pereira
Wagner Pereira: 'Sem a ciclovia, nós, ciclistas, temos de ir para a estrada, ouvir buzinas e xingamentos (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A.PRESS)

Soluções provisórias para conter danos se prolongam

Diante das chuvas, um dos paliativos para reduzir o desgaste das enxurradas na base das estradas é a utilização de asfalto para erguer um anel em torno da área erodida. Método muito usado em 2023, após o castigo das tempestades nas rodovias repetir o de 2022. Mas, sem correção definitiva, o que deveria ser provisório se prolonga e a via pode acabar comprometida.

  • Situação das estradas mineiras piorou 311% em 2022


No Km 56 da rodovia MG-050, em Juatuba, por exemplo, uma garganta engoliu o acostamento e o primeiro anel construído. Mas, em vez de reforço na base, um segundo aro paliativo foi feito. Contudo, a escavação da água já engole o subsolo da via no sentido Furnas, criando trincas no pavimento superficial e podendo chegar a interrompê-la.

A situação da MG-050 é uma amostra dos estragos das intensas chuvas e da necessidade de manutenção que deixaram rodovias ainda mais perigosas para quem planeja viajar neste carnaval, a partir de Minas Gerais, sobretudo nas rodovias estaduais ou federais concedidas a Minas.

Dos 135 trechos de estradas com interdições parciais ou totais, 126 são administrados pelo estado, segundo levantamento da Polícia Militar Rodoviária (PMRv) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Do somatório de vias parcialmente bloqueadas, 115 são de manutenção do governo mineiro e sete da união, enquanto as intransitáveis são 11 estaduais e duas federais.

Erosões à beira do asfalto
Erosões à beira do asfalto, como em São Gonçalo do Rio Abaixo, trechos praticamente intransitáveis, a exemplo das pistas em João Monlevade, e crateras quase do tamanho de veículos representam corrida de obstáculos para quem trafega pelo estado (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A.PRESS)

Erosões, barreiras e asfalto esburacado

Mesmo na Grande Belo Horizonte, as condições das rodovias não são exemplos de segurança, ainda que para viagens curtas. A cratera que tragou o acostamento da MG-050 e ameaça a pista, em Juatuba, interrompeu também a ciclovia onde pedala o militar da reserva Wagner Pereira, de 58 anos. “Aqui tinha de ter uma atenção maior, um reparo. O tráfego de caminhões pesados é intenso e o buraco só vai aumentando, desde 2021. Logo vai levar a rodovia toda. Enquanto isso, nós, ciclistas, temos de ir para a estrada, ouvir buzinas e xingamentos”, afirma Wagner.

Um dos principais corredores que ligam a capital mineira e turistas de São Paulo ao Inhotim, a MG-155 (Mário Campos-Brumadinho) tem precários todos os seus sete quilômetros da BR-381 até o trevo de Brumadinho. Uma estrada estreita, praticamente sem acostamentos, asfalto esburacado e degradado, onde as rodas de carretas e caminhões afundaram seus rastros nos quebra-molas.

O resultado são profundos sulcos paralelos, com quase meio metro, que podem danificar a base de veículos de passeio que caírem ali, obrigando-os a reduzir ainda mais a velocidade para equilibrar os pneus onde o obstáculo ainda é regular.

Enquanto isso, há trechos praticamente intransitáveis, como na BR-265 (Lavras-São João del-Rei), onde o EM mostrou que o segmento de 93 quilômetros entre o Sul de Minas e o Campo das Vertentes está destruído.
Situação em estado crítico tem também a MG-232 (Ipatinga-Morro do Pilar), a estrada que concentra mais interrupções no estado, com 13 bloqueios parciais devido a nove segmentos com deslizamentos de barreira, um ponto onde a pista cedeu, dois onde está cedendo e um local onde a estrada está ruindo e há queda de barreira ao mesmo tempo. Isso, sem falar nos pelo menos 67 quilômetros tomados por crateras e erosões nas pistas, acostamentos e drenagens.

A caminho do litoral

Um dos caminhos mais usados pelos mineiros para se deslocar para os litorais capixaba (BR-262) e baiano (BRs-381, 116, 418 e 101) e o Vale do Aço (BR-381) é o trecho coincidente da BR-381 com a BR-262, entre o Anel Rodoviário de BH e João Monlevade, nos 100 quilômetros conhecidos como Rodovia da Morte. Além de estreitamentos e desvios devido às obras de duplicação, há vários segmentos perigosos, aos quais os motoristas devem se atentar.

Logo após o Anel Rodoviário, o tráfego já costuma ser intenso na estrada. Radares retêm veículos na ponte sobre o Rio das Velhas, no limite com Sabará, e a velocidade reduzida e passagem de uma pista em circuito no posto da Polícia Rodoviária Federal comprimem o fluxo e alongam ainda mais a fileira de carros.

De Nova União a Caeté, o concreto da duplicação já se encontra esburacado e por isso carretas acabam fazendo zigue-zague para desviar, aumentando os riscos. Em São Gonçalo do Rio Abaixo, além das curvas fechadas e perigosas, o asfalto também se encontra precário, com muitos buracos, situação que se repete no trecho urbano de João Monlevade.

Carro passa ao lado de uma cratera cheia de água, quase do tamanho do veículo
Pistas em João Monlevade, e crateras quase do tamanho de veículos (foto: EDÉSIO FERREIRA/EM/D.A.PRESS)

Danos desafiam poder de reparação

Responsável pelas rodovias estaduais, o Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) informou que na MG-050, entre Betim e Juatuba, foi providenciada sinalização do acostamento da via e a proteção da erosão. “Para recuperação do aterro e da ciclovia, o Departamento já está tomando as providências necessárias, pois depende da elaboração de um projeto de engenharia.”

Na MG-155, o DER-MG afirma que desde a semana passada equipe de manutenção trabalha na recuperação da erosão às margens da rodovia, com limpeza da área para a recuperação da erosão. “Para a contenção do local já foi feito o reaterro com pedra e fundo de pedreira. As águas pluviais vão ser retiradas da erosão com a construção de uma caixa coletora saindo em um bueiro. O local está sinalizado, com o tráfego fluindo normalmente, e as obras estão sendo executadas de acordo com o previsto”, informou o Departamento.

Sobre o grande número de vias interrompidas, o DER-MG informa dispor de 40 unidades regionais em regime de plantão para atender às ocorrências do período chuvoso. “Das ocorrências na malha rodoviária estadual, 90 apresentam algum tipo de restrição que não impede o tráfego, como meia pista; 14 estão com o tráfego interrompido e 10 já estão em obras, com o deslocamento sendo feito por meio de desvio ou por passagem próxima do local (variante); e 22 situações já foram solucionadas pelas equipes de manutenção do Departamento".

O DER acrescenta já ter executado mais de uma centena de pontos de remoção de pequenas barreiras no período chuvoso.

Confira onde estão pontos de atenção 

Belo Horizonte a Ouro preto e Mariana

BR-356
(Nova Lima/Ouro Preto/Mariana)

• Itabirito
Estreitamento de faixa para intervenções
• Mariana (Bairro Passagem)
Asfalto degradado e buracos próximo  à rodoviária e à entrada da  cidade histórica

Belo Horizonte, João Monlevade, Vale do Aço rumo a Porto Seguro

BR-381
(Belo Horizonte/Governador Valadares)

• De BH a Sabará
Após Anel Rodoviário de BH, tráfego intenso. Radares retêm veículos na ponte sobre Rio das Velhas; velocidade reduzida e passagem de uma pista em circuito no posto da Polícia Rodoviária Federal

• Nova União (Km 412)
Pista de concreto com muitos buracos, rachaduras, exposição do solo e de vergalhões

• Caeté (Roças Novas)
Pavimento degradado e buracos no concreto

• São Gonçalo do Rio Abaixo (Km 372 ao Km 364)
Muitos buracos na pista

• João Monlevade (área urbana)
Asfalto desgastado, com trincas e buracos na altura do Bairro Cruzeiro Celeste

• Bela Vista de Minas (Km 342)
Afundamento de pista causa interdição de meia faixa no sentido BH

• Nova Era (Km 325)
Buracos na pista e asfalto degradado

• De Antônio Dias a Coronel Fabriciano
Longo trecho com buracos e obras intercaladas com estreitamentos de pistas por 40 quilômetros

BR-116
(Governador Valadares a Teófilo Otoni)

• Jampruca (Km 346) a Itambacuri (Km 314)
Pista simples, com muitos buracos, acostamentos danificados e asfalto necessitando de reparos nos 32 quilômetros entre o distrito de Jampruca e Campanário

• Itambacuri (Km 299) a  Teófilo Otoni (Km 280)
Buracos, asfalto degradado, canaletas quebradas e acessos de pavimentos degradados por 19 quilômetros entre Itambacuri e Teófilo Otoni. Interdição da alça de acesso ao túnel, sentido aeroporto, no Km 280

• BR-418/MG-418
(Teófilo Otoni a Posto da Mata-BA)

• Pedro Versiani (Teófilo Otoni)
Pontes estreitas, trechos sem acostamentos, pavimento comtrincas e buracos

• Nanuque (zona urbana)
Asfalto degradado e buracos nos arredores da zona urbana da cidade de Nanuque

• Serra dos Aimorés (Km 112) a Mucuri-BA (Km119)
Pista simples, com trechos de acostamento quebrado, encoberto ou inexistente, asfalto com buracos e remendos altos em segmento de 17 quilômetros

BR-101
(Posto da Mata-BA a Eunápolis-BA)
Boas condições

BR-367
(Eunápolis-BA a Porto Seguro-BA)
Boas condições

De João Monlevade a Guarapari-ES


BR-262
(João Monlevade a Viana-ES)

• João Monlevade (Km 195) a Bela Vista de Minas (Km 191)
Asfalto muito degradado, com trincas e buracos por quatro quilômetros. Interdição parcial do sentido BH por erosão da pista. Tráfego divide o sentido contrário

• São Domingos do Prata(Km 183)
Trecho sinuoso com buracos exige atenção e paciência com tráfego lento, devido a dificuldades para ultrapassagens

• Vargem Linda (Km 167 - São Domingos do Prata)
Segmento com asfalto em condições muito ruins, exige velocidade controlada para preservar o veículo

• Ilheus do Prata (Km 157 - São Domingos do Prata)
Trecho com remendos irregulares e buracos abertos que forçam motoristas a ingressar na pista contrária para evitar os obstáculos

• Rio Casca (Km 117 ao Km 108)
Perímetro urbano com quebra-molas, travessias de pedestres e acessos movimentados a bairros. Muitos buracos e asfalto degradado; pista sinuosa em nove quilômetros

• Abre Campo (Km 99 ao Km 92)
Asfalto desgastado e muitos buracos por todo o trecho urbano. Desvio de parte que cedeu nas chuvas de janeiro com a cheia do Rio Santana já em funcionamento no próprio trecho

• Matipó (Km 77) a Santo Amaro de Minas ( Km 58 – Manhuaçu)
Longo trecho de 19 quilômetros com acostamentos comprometidos, buracos e degradação asfáltica

• Realeza (Km 47 ao Km 42 – Manhuaçu)
Pistas sinuosas, muito degradadas, com buracos e muitas passagens de veículos de trânsito local e urbano

• Martins Soares (Km 3) a  Luna-ES (Km 0)
Muitos buracos e pista estreita

• Ibatiba-ES (Km 181) a Muniz Freire-ES (Km 148)
Pista degradado, com muitos buracos e acostamentos em mau estado. Tráfego pesado e pista sinuosa  por 33 quilômetros

• BR-101 (Viana-ES a Guarapari-ES)
Boas condições

Belo Horizonte ao Rio de Janeiro e a Cabo Frio


BR-040
(Belo Horizonte a Duque de Caxias e ao Rio de Janeiro)

• Congonhas (Km 620)
Asfalto degradado, com trincas e buracos. Pista de alta velocidade com tráfego pesado de veículos de carga

• Oliveira Fortes (Km 727 ao Km 731)
Trecho de quatro quilômetros em serra, sinuoso e com a presença de buracos, exigindo atenção dos motoristas

• Santos Dumont (Km 745)
Interdição parcial da pista sentido Rio de Janeiro devido a erosão do pavimento. Tráfego limitado a uma faixa por sentido

• BR-116 (Duque de Caxias a Magé)
Boas condições

• BR-493 (Magé a Itaboraí)
Trechos em obras com vários desvios e longos percursos sem possibilidade de ultrapassagem. Mistura de tráfego urbano e rodoviário

BR-101 (Itaboraí a Rio Bonito)
Boas condições

RJ-124 (Rio Bonito a São Pedro da Aldeia)
Boas condições

RJ-106 (São Pedro da Aldeia a Cabo Frio)
Boas condições

Belo Horizonte a Brasília


BR-040 (Belo Horizonte a Brasília)

• Contagem (Km 520)
Pista apresenta buracos, remendos e precisa de reparos

• De Contagem a Ribeirão das Neves
Tráfego pesado e lentidão, com vários trechos de radares e velocidade  limitada a 70km/h

• Após Curvelo
Trechos de pistas simples e percursos de difícil ultrapassagem

Belo Horizonte a São Paulo

BR-381 - Fernão Dias (Belo Horizonte a São Paulo)

• Contagem (Bairro Riacho das Pedras)
Buracos em trecho urbano de intenso movimento com interferência de tráfego local

• Igarapé (Km 520)
Trecho precisa de reparos pois apresenta desgaste e buracos

• Rio Manso (Km 529) a  Itatiaiuçu (Km 533)
Segmento sinuoso de quatro quilômetros, em serra, duplicado, mas com a presença de buracos e remendos

• Oliveira (Km 604 ao Km 611)
Pista apresenta remendos e buracos, pode haver formação de neblina

• Santo Antônio do Amparo (Km 662) a Oliveira (Km 669)
Segmento com buracos e remendos no asfalto

Betim ao Lago de Furnas


• MG-050 (Betim a São José da Barra)
No Km 56 (Betim), grande erosão engoliu acostamento e progride sob a pista, ameaçando sobretudo o sentido Capitólio

• São João Batista do Glória  (Km 318)
Deslizamento de terra na pista provocou interdição parcial da via

Belo Horizonte a Serra do Cipó e a Conceição do Mato Dentro

MG-010 (Belo Horizonte a Conceição do Mato Dentro)

• Santana do Riacho a Morro  do Pilar
Muito buracos, erosões tomando a pista de sentido Conceição do Mato Dentro e drenagens colapsadas em segmentos no trecho de 24 quilômetros entre os mirantes de Santana do Riacho e o acesso a Morro do Pilar, passando pelo Juquinha

Mário Campos a Brumadinho (Inhotim)

• MG-155 (Mário Campos a Brumadinho MG-040)
Estrada deteriorada, com pouquíssimos pontos de acostamentos. Tráfego pesado e constante de carretas provocou mais buracos e afundamento dos quebra-molas, obrigando os veículos a passar onde a lombada ainda resiste ao longo de sete quilômetros

Fontes: PRF, PMRv, Dnit, DER-MG, Reportagem  


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