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Estado de Minas INTERIOR DE MINAS

Aeroporto de Valadares: em reforma há 3 anos, obra não tem data para acabar

A entrega da reforma estava prevista para o primeiro semestre do ano passado e em fevereiro de 2023, o término da obra está longe de chegar


13/02/2023 15:24 - atualizado 13/02/2023 21:13

Terminal está em obras desde 2020
Terminal está em obras desde 2020 (foto: Leonardo Morais/PMGV)
O Aeroporto Coronel Altino Machado, em Governador Valadares, Minas Gerais, está em reforma desde 2020 e a entrega do terminal está longe de acabar. 
 
Isso porque a empresa responsável, Sinarco Engenharia, abandonou a obra no início do ano passado. A ampliação do aeroporto é avaliada em R$ 35.994.288,28. 
 
De acordo com o secretário de Planejamento de Governador Valadares, Jackson Lemos, a empresa responsável abandonou a obra por meio de um pedido de distrato amigável, alegando a inviabilidade da execução da reforma por conta do aumento do valor dos insumos e da mão de obra. A ação da Sinarco não foi aceita pela prefeitura.
 
Segundo Jackson, existe um processo administrativo dentro da prefeitura para apurar todos os pedidos da empresa e tudo o que aconteceu com a fiscalização. "Nesse processo, fizemos todo o trabalho de repanilhar tudo, atualizar e finalizar para fazer uma nova licitação”, disse ele.
 
A obra, que custaria quase R$ 36 milhões, ficará mais cara e ainda não há previsão para a contratação de uma nova empresa para retomar a obra, muito menos para entregá-la. Antes, a previsão para a conclusão da ampliação era para o primeiro semestre de 2022.
 
 
Lemos afirmou que ainda não se sabe o valor que a obra custará, já que o processo ainda não foi finalizado. O que ele garante é que os custos irão aumentar, já que o valor dos insumos e das obras aumentaram. "O nosso cronograma é para que no primeiro semestre a gente consiga refazer essa planilha, chegar ao valor certo e colocar à disposição para licitar”, explicou.
 
O aeroporto é do Governo Federal, mas é concedido para a Prefeitura de Governador Valadares operar. Entretanto, o custo da obra é arcado pelo Ministério da Infraestrutura, por meio da Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC). 
 

Sobre a reforma

Na reforma do aeroporto consta: 
 
- Um novo pátio com capacidade para até seis aeronaves estacionadas; 
- Um novo terminal para passageiros que atenderá mais de uma companhia aérea;
- Novos equipamentos de auxílio à navegação;
- Nova estação de telecomunicações e tráfego aéreo;
- Uma sessão contra incêndio;
- Uma portaria de acesso de veículos.

Aeroporto é alvo de críticas

O Aeroporto Coronel Altino Machado começou a operar em 1964 e nunca havia passado por uma grande reforma. A última intervenção significativa do aeroporto aconteceu em 2010, com a ampliação da pista de 1.400 metros para 1.700 metros. 
 
Há tempos, o terminal de 57 anos é alvo de críticas dos usuários. O aeroporto não tem ar condicionado e só há poucas cadeiras disponíveis na lanchonete. No desembarque, os passageiros saem expostos ao sol ou à chuva. 
 
Com a atual estrutura, o aeroporto consegue atender 200 mil passageiros por ano, mas não recebe nem 100 mil. Apenas uma companhia aérea opera no terminal, oferecendo dois voos diários para Belo Horizonte.
 

Pousos mais seguros

O aeroporto tem capacidade de atuar 24 horas por dia, com até seis voos diários, mas funciona de acordo com a demanda. Em 2019, o terminal conseguiu a certificação operacional que proporciona operação de voos por regra de instrumento. 
 
A regra por instrumento homologada é a mais utilizada em aeroportos regionais por ser eficaz e de baixo custo de implantação. Não existe um instrumento específico instalado no aeroporto e sim foi elaborada uma Carta de Navegação por Instrumento, a Instrument Approach Chart (IAC) do tipo Required Navigation Performance (RNP), que utiliza o sistema global de navegação por satélite.
 
“Essa carta utiliza pontos fixos no espaço aéreo com coordenadas geográficas e altitude. Esses pontos da carta são inseridos no GPS da aeronave de maneira que ela siga essa trajetória até ver a pista de pouso e decolagem, se não conseguirem ver a pista, fazem o processo de arremetida para nova tentativa”, explicou o gerente de terminais, Thiago Carvalho.
 
A operação por instrumento traz mais segurança, de acordo com Thiago, pois diminui os impactos que a baixa visibilidade por formações de nuvens ou neblinas causam nas aproximações para aterrissagem.
 
Segundo o gerente de terminais, dos últimos 1.476 pousos da Azul Linhas Aéreas, apenas 0,5% alternaram por causa das condições meteorológicas e 32 não operaram pela aeronave entrar em manutenção ou o voo ser cancelado.
 
Antes do procedimento homologado, nos períodos do ano com meteorologia mais severa, os voos não pousavam cerca de duas vezes por semana, ou até mais vezes.
 
Em 2022, cerca de 30.039 passageiros desembarcaram e 30.104 embarcaram no Aeroporto Coronel Altino Machado, sendo a taxa de ocupação das aeronaves em 81,4%. Segundo Thiago Carvalho, cerca de 226 passageiros diários são atendidos no terminal. Em média, são 113 embarcações e 113 de usuários que desembarcaram.


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