As estações de metrô de Belo Horizonte estão fechadas na manhã desta quarta-feira (15/2) devido à greve dos metroviários. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU-MG) informou que já está tomando as medidas possíveis para que os trens voltem a circular.
A paralisação total foi decidida após uma assembleia entre os trabalhadores e o Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) na noite de ontem.
Leia Mais
CBTU vai à Justiça para impedir greve no metrô de BH a partir desta terçaDepois do leilão, a expectativa: será que o metrô vai deslanchar?Metroviários pedem que Lula suspenda leilão do metrô de BHMetrô de BH: trabalhadores decidem em assembleia manter a greveGreve do metrô de BH: passageiros são surpreendidos com os portões fechados
Inicialmente, o movimento grevista estava marcado para começar nesta terça-feira, mas foi adiado diante de uma possibilidade de diálogo. Nesse sentido, representantes do sindicato e da CBTU se reuniram na tarde de ontem em encontro mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG). Porém, não houve conciliação entre as partes, e um novo encontro foi marcado para as 14h30 desta quarta-feira.
Entenda o caso
De acordo com o diretor da Federação Nacional dos Metroviários, Pablo Henrique, a greve é uma forma de pressionar pela revogação do leilão do metrô da capital e contra, consequentemente, a concessão do transporte.
Mesmo com as constantes reivindicações da categoria, o leilão aconteceu em 22 de dezembro, quando o metrô de BH foi arrematado por R$ 25.755.111 pela empresa paulista Comporte Participações S/A. O edital prevê a modernização da linha 1 e a criação de uma nova linha.
Antes do leilão, os metroviários de BH questionaram, especialmente, o preço fixado em R$ 19,3 milhões pelo governo no lance inicial. "Além das 35 composições, nós temos 19 estações, quatro subestações de energia, 29 quilômetros de leito ferroviário e as edificações ao longo do trecho. A CBTU está sendo oferecida a preço de banana", avaliou o Sindimetro na ocasião.
O investimento projetado, ao logo de 30 anos de concessão, é de R$ 3,7 bilhões. Deste montante, R$ 3,2 bilhões vêm dos cofres públicos, sendo R$ 2,8 bilhões de aporte da União e R$ 440 milhões do estado. O restante fica a cargo da empresa vencedora da licitação.
As tentativas para frear a concessão do metrô da capital não partiram somente dos funcionários da CBTU, mas de outras instituições. No início de dezembro, membros do PT acionaram a Justiça Federal para pedir a suspensão do processo.
De acordo com o documento, a verba de R$ 2,8 bilhões dos cofres federais criaria uma despesa futura, tendo que ser assumida pelo novo governo. O pedido aponta que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) impediria medidas desta natureza nos últimos dois quadrimestres da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Porém, o pedido foi negado já que, na avaliação do juiz Eduardo Rocha Penteado, da 14ª Vara Federal do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (TRF 1), não existe o "alegado desvio de finalidade em relação ao crédito especial", uma vez que o montante está contemplado no orçamento para o próximo governo.