Com a greve do metrô que pegou de surpresa muitos passageiros, as estações do Move em Belo Horizonte ficaram lotadas na manhã desta quarta-feira (15/2). Para chegar ao trabalho, muita gente precisou trocar o metrô pelo ônibus.
A paralisação, que iniciou na manhã de hoje, agravou o já caótico trânsito no entorno das estações. Juliana Santos Soares, 23 anos, pega o ônibus do Move na Estação São Gabriel, na Região Noroeste, para chegar à faculdade e teve que enfrentar o coletivo lotado para não se atrasar.
"As filas estão enormes, estação lotada. Aqui é sempre cheio, mas hoje está fora do normal", contou à reportagem do Estado de Minas. Para voltar para casa, ela já prevê mais problemas. "Só volto à noite, depois do estágio. Provavelmente vai estar pior, ainda mais se chover como ontem", antecipa.
Por meio de nota, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que serão disponibilizadas viagens extras de acordo com a demanda. A PBH também disse estar em contato com representantes da CBTU e SetraBH/Transfácil na tentativa de minimizar os impactos da greve dos metroviários para os usuários do transporte público na capital.
"Agentes da BHTrans estão nas estações Vilarinho, São Gabriel e Pampulha acompanhando a operação das linhas e também monitoram a situação por meio das câmeras do Centro Integrado de Operações de Belo Horizonte (COP-BH)", disse o texto.
Greve
Os metroviários decidiram cruzar os braços mais uma vez em uma tentativa de garantir a manutenção dos empregos, após a venda da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Entre outras questões, eles pedem medidas como a realocação dos funcionários em outras unidades da companhia.
Na semana passada, a categoria anunciou uma greve no metrô de Belo Horizonte para começar ontem (14/2). O movimento, no entanto, foi adiado diante da marcação da audiência de conciliação com a CBTU no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG).
Caso não haja um diálogo aberto com os trabalhadores, a categoria afirma que os foliões de BH não poderão contar com o metrô durante o Carnaval 2023.
"Não estamos interrompendo as tratativas, mas, infelizmente, nosso emprego está em jogo. Estamos lutando por mais clareza no processo e que se abram, de fato, as negociações", disse o secretário-geral do Sindmetro-MG, Daniel Carvalho, à reportagem do Estado de Minas.