Jornal Estado de Minas

POLÊMICA

Troca na direção do Odilon Behrens gera atrito entre servidores e PBH

A troca em uma das diretorias do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, na Região Noroeste de Belo Horizonte, criou tensão entre parte dos servidores da casa de saúde e a prefeitura. A edição desta sexta-feira (17/2) do Diário Oficial do Município (DOM) aponta a exoneração de Marineide Gonçalves Araújo da Diretoria de Apoio Assistencial do hospital. A substituta é Celeste Magna Araújo Dantas, já nomeada para o cargo.



Segundo apurou o Estado de Minas, trabalhadores do Odilon Behrens chegaram a articular um abaixo-assinado contra a mudança em um dos postos de comando do hospital. A ideia seria entregar o documento ao prefeito Fuad Noman (PSD) e à secretária Municipal de Saúde, Cláudia Navarro.

Nos corredores do hospital, a escolha de Celeste para substituir Marineide é atribuída ao vereador Célio Fróis (PSC). Médico, ele já foi diretor do Odilon Behrens. Em contato com a reportagem, o parlamentar disse apenas ter enviado o currículo de Celeste ao gabinete de Fuad, sem exigir a nomeação dela para um cargo específico.

O abaixo-assinado dos servidores descontentes com a mudança aponta uma "intervenção vertical" da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) na gestão do hospital. No documento, os componentes do grupo se dizem "extremamente desrespeitados".





 

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"A exoneração da senhora Marineide Gonçalves Araújo do cargo de Diretora de Apoio Assistencial desrespeita a história de dedicação de toda a equipe do Hospital Metropolitano Odilon Behrens, que reconhece, na atual gestão, lideranças legítimas e potentes que vêm entregando à cidade a melhor condução de um serviço fundamental à assistência em Saúde no município", lê-se em trecho do texto de protesto.

Célio Frois afirmou ter remetido a Fuad os antecedentes não apenas de Celeste, mas também de outros médicos. Segundo ele, a nomeada para a chefia de Apoio Assistencial já exerceu outros cargos de liderança no Odilon Behrens e estava ligada ao setor de faturamento do hospital.

"O grande problema é que estão esquecendo é que quem é dono de cargo de confiança é o prefeito. Dentro do meu gabinete, quem nomeia sou eu. Se o cargo é de livre nomeação e exoneração, quem decide é o chefe", defendeu. "Fiquei indignado com essa manifestação (dos servidores). Não existe absolutamente nada de errado (na nomeação de Celeste)", completou. 



Celeste e Marineide são funcionárias de carreira do hospital. Os cargos de diretoria da casa de saúde, porém, são de recrutamento amplo. Portanto, embora tenha optado por uma funcionária com histórico ligado ao local, Fuad poderia ter escolhido um profissional de fora.

"A PBH ressalta ser uma prática comum na administração pública a troca nos cargos que são de livre escolha e nomeação do prefeito", lê-se em trecho de nota enviada pelo poder Executivo municipal ao EM.

Frois, por sua vez, garantiu não fazer "pedidos ao léu", mas a indicação de "pessoas preparadas" para ocupar cargos na estrutura da administração pública belo-horizontina.

Secretária faz reunião com a cúpula do Odilon

Hoje, a secretária Cláudia Navarro e a subsecretária de Atenção à Saúde, Taciana Malheiros, se encontraram com a cúpula do Odilon Behrens. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, em que pese a insatisfação de alguns servidores, o acolhimento aos pacientes do hospital segue normalmente.



"Durante a reunião, foi reafirmado o compromisso da equipe do hospital para a manutenção da oferta assistencial para a população de Belo Horizonte", garantiu a pasta.

O topo do organograma do Odilon Behrens é a superintendência. Hoje, o cargo é ocupado por Ana Augusta Pires Coutinho. Abaixo dela, estão a Diretoria de Apoio Assistencial, a Diretoria Técnica, Assistencial, Ensino e Pesquisa, e a Diretoria de Gestão, Planejamento e Finanças.

No escopo da pasta de Apoio Assistencial, agora sob o comando de Celeste Dantas, que é ortopedista, estão serviços como os de prontuário e almoxarifado, bem como os setores responsáveis por exames de imagem e análises clínicas.