Jornal Estado de Minas

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Greve metrô de BH: primeiro dia de Carnaval começa com estações fechadas


Em pleno sábado de Carnaval, as estações do metrô amanheceram fechadas. O serviço está totalmente paralisado desde a última terça-feira, devido à greve dos metroviários.

A categoria não cumpre a determinação de escala mínima de 70%, estabelecida em reunião com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Nos dias do Carnaval, a multa, em caso de descumprimento da liminar, é de R$ 150 mil, por dia.



Uma nova assembleia da categoria, marcada para as 10h, vai decidir os rumos da greve. Os metroviários pedem garantias de estabilidade no emprego após a privatização do metrô de BH, no fim do ano passado.

Metrô paralisado


O Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) afirma que, enquanto não houver negociação direta com o governo federal, a paralisação não será suspensa.

Entre outras questões, os trabalhadores protestam contra os valores envolvidos na concessão do modal à iniciativa privada e pedem medidas como a realocação dos funcionários em outras unidades da CBTU.

A categoria desta, ainda, que o movimento não tem motivação política. "Não temos nenhum retorno sobre como fica a nossa situação. Não é um movimento contra o governo, nem contra o Carnaval. É pela garantia de emprego dos trabalhadores", disse o secretário-geral do Sindmetro-MG, Daniel Carvalho, à reportagem do Estado de Minas.



Histórico de protestos


Há cerca de um ano e meio, os metroviários de BH estão em processo intermitente de greves, sem contar com avanços nas negociações. A CBTU alega que não tem responsabilidade sobre o processo de privatização do metrô.

Mesmo com as constantes reivindicações da categoria, o leilão aconteceu em 22 de dezembro, quando o metrô de BH foi arrematado por R$ 25.755.111 pela empresa paulista Comporte Participações S/A. O edital prevê a modernização da linha 1 e a criação de uma nova linha.

As tentativas para frear a concessão do metrô da capital não partiram somente dos funcionários da CBTU, mas de outras instituições. No início de dezembro, membros do PT acionaram a Justiça Federal para pedir a suspensão do processo.