Em assembleia neste sábado (18/2), os metroviários de Belo Horizonte decidiram pela manutenção da greve total no metrô da capital. Desde a quarta-feira (15/2), as estações da cidade estão fechadas e o carnaval começou sem que o folião pudesse se locomover com a ajuda dos trens. Uma nova reunião da categoria está marcada para a próxima segunda-feira (20/2).
O movimento grevista foi decidido em assembleia do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (Sindimetro) e marcado para começar na terça-feira (14/2). No dia, no entanto, as estações funcionaram diante da marcação de uma audiência de conciliação entre os trabalhadores e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos. A reunião terminou sem acordo, assim como um novo encontro remarcado para a quinta-feira (15/2), quando o transporte ficou integralmente paralisado.
Há cerca de um ano e meio, os trabalhadores estão em processo de greves intermitentes contra a privatização do metrô, que foi leiloado em dezembro do ano passado. Os metroviários pedem garantias de estabilidade no emprego desde então. Entre outras medidas, eles reivindicam que não haja um processo de demissão em massa e a realocação dos funcionários em outras unidades da CBTU.
Nesta semana, duas audiências de conciliação foram mediadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MG) sem chegar a uma conclusão entre CBTU e Sindimetro. Na segunda reunião, na quinta-feira, o tribunal determinou o funcionamento de 70% dos trens, sob multa diária de R$ 100 mil e R$ 150 mil durante o Carnaval, em caso de descumprimento da liminar.
Segundo a CBTU, o metrô de BH recebe cerca de 100 mil passageiros em dias úteis. Neste primeiro dia de Carnaval, o prefeito da capital, Fuad Noman (PSD) reclamou sobre a paralisação, embora afirmasse que o transporte representa menos de 10% do movimento dos ônibus. Ele ainda protestou contra a paralisação em meio à festa e disse que se eles não ajudarem na mobilidade da cidade durante este momento, ‘é melhor privatizar mesmo’.