O secretário de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais, Leônidas Oliveira, prometeu, em entrevista coletiva realizada pelo Governo de Minas, na manhã desta quinta-feira (23/2), novos e maiores patrocínios para o carnaval de 2024. Perguntado pelo Estado de Minas sobre as reclamações de organizadores de blocos sobre a dificuldade de obtenção de patrocínios vindos da iniciativa privada, Leônidas afirmou que três empresas com participação do estado na administração já prometeram investimento para a folia do ano que vem.
“No próximo ano, a Cemig, a Gasmig e a Copasa já se comprometeram a colocar recursos e aumentar esses valores. Nós vamos procurar outros parceiros, para que também via lei de incentivo, ou também de forma direta, possam financiar o carnaval”, disse Leônidas.
O secretário destacou, ainda, o impacto econômico que o carnaval trouxe para Minas Gerais e que é importante fazer os empresários entenderem isso.
“Eu acho que é importantíssima a pesquisa que o Sebrae e a UFMG vão começar a fazer agora para mostrar a potência de R$ 1,6 bilhão na economia e que investir em cultura significa gerar emprego e renda. E fazer com que os empresários compreendam o fenômeno carnaval, eminentemente uma das festas mais populares que temos nesse país, porque une todas as artes”, falou Oliveira.
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Por fim, Leônidas garantiu que o carnaval de 2024 terá mais recursos e parcerias que farão a folia ainda melhor em Minas Gerais.
“Deixo meu compromisso aqui, que no ano que vem nós teremos ainda mais recursos, mais editais, mais parcerias com a sociedade civil, para fazermos um carnaval cada vez melhor, mais qualificado e, sobretudo, mais humano e centrado numa cultura da paz”, finalizou.
Apesar das promessas, o Governo de Minas ainda não falou nos valores desses aumentos nem sobre a expectativa de arrecadação junto à iniciativa privada.
Falta de patrocínio
O Estado de Minas ouviu organizadores de diversos blocos que desfilaram durante a folia para entender a visão de quem fez a festa funcionar. A dificuldade em conseguir patrocínios privados foi a principal queixa dos blocos, que cobraram a realocação de parte dos lucros dos estabelecimentos comerciais e de serviços durante o período para aqueles que fazem a festa.
Gustavo Caetano, fundador e mestre do Queixinho, afirmou que apesar de se vender a ideia de que o carnaval de Belo Horizonte é um dos maiores do país, é preciso ter mais que um grande número de turistas para que a festa realmente seja consolidada. “Tem que aumentar a estrutura e captação de investimentos. Tem que incentivar as empresas privadas, que são beneficiadas pelo carnaval, a retornar parte desse dinheiro em forma de investimento. Não adianta falar que é o maior carnaval se quem realmente faz a festa fica sem estrutura. Esse é um ponto que a gente tem que melhorar, e rápido”, defendeu.
“É inadmissível que empresas que são diretamente beneficiadas pelo carnaval, como cervejarias, aplicativos de transporte, de alimentação, hospedagem, rede hoteleira, drogarias e empresas de ônibus e aviação não ajudem. Está na hora de as empresas serem cobradas, seja por decreto, seja por meio dos impostos. E esse dinheiro tem que entrar diretamente para quem faz a festa, que são os blocos. A gente não precisa de intermediário”, completou.
Geo Ozado, presidente da Liga Belo-Horizontina de Blocos Carnavalescos e organizador do Baianas Ozadas, lamentou os problemas financeiros enfrentados pelos blocos. “Muitos blocos tiveram dificuldades de prospecção de patrocínio, o que gerou dificuldades financeiras. A coisa cresceu e as responsabilidades cresceram também. Temos que ter cuidado e carinho com a festa, com o público. Espero que os governos estadual e municipal, independentemente de disputas ideológicas, possam dar as mãos para, juntos com a gente e todos os órgãos envolvidos, fazer dessa a melhor festa possível.”