Moradores de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão indignados com o furto do sino da histórica Igreja de Nossa Senhora da Soledade, distante seis quilômetros do Centro da cidade. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (24/2). O fato ocorreu na véspera do carnaval (17), quando o caseiro chegou ao local e não encontrou a peça que fica no adro do templo vinculado à Paróquia Santo Antônio de Roça Grande.
A Polícia Militar (PMMG) lavrou o boletim de ocorrência sobre o furto, mas não há, por enquanto, pista do autor ou autores, diz Adair Pinto, presidente da comissão que cuida da igreja. “O caseiro teve que se ausentar, na véspera (16), devido à morte de uma pessoa da sua família. Quando voltou, viu que o sino, que pesa cerca de 70 quilos, não estava mais no adro”, contou Adair.
Destacando que a porteira de acesso ao templo fica sempre fechada, Adair informa que ainda não foi possível instalar câmeras de segurança no entorno da igreja. “O sino é pesado, feito de bronze e ferro. Certamente tinha mais de uma pessoa para carregá-lo e transportá-lo de carro. Precisamos encontrar a peça antes que ela seja vendida para aproveitamento do material. Há uma estrada, perto da igreja, que leva à rodovia BR-381.”
SEGUNDA VEZ
Esta é a segunda vez que a Igreja Nossa Senhora da Soledade perde seu sino – a primeira ocorreu há cerca de 50 anos, quando os ladrões levaram a peça original do templo do século 18. “O atual foi doado em 2004. Nessa época, houve a reconstrução da igreja, então em ruínas, com o uso do material original, que ficou guardado. Trata-se de um patrimônio da cidade”, disse o presidente da comissão. Ele lembra que há três festas importantes na igreja, sendo a mais importante a celebrada em louvor à padroeira, em 15 de setembro. “Vem muita gente nas três festas, que têm barraquinhas, leilão e outros atrativos”, afirmou.
HISTÓRIA
Conforme a Prefeitura de Sabará, o templo dedicado a Nossa Senhora da Soledade apresenta linhas rústicas. Apesar da simplicidade externa, o interior da igreja tem ornamentação mais apurada no altar-mor, característica do início do século 18. As pesquisas mostram que “constitui numa das mais importantes capelas rurais do município e, por sua história e dependências, nos faz supor que, além das atividades religiosas, serviu como abrigo ou pouso de tropeiros”.