Jornal Estado de Minas

CAOS

Moradores sofrem há mais de cinco dias com falta de água em Divinópolis

Moradores da região sudeste, em Divinópolis, no Centro-Oeste de Minas, estão há cinco dias sem água. Esta é a segunda vez que a região enfrenta problemas de desabastecimento em menos de um mês. Só no final de semana, pelo menos 20 bairros tiveram o serviço interrompido pela Copasa.




A justificativa da empresa é de que foi necessária manutenção na unidade de bombeamento responsável pelo abastecimento da região. O aviso foi feito no domingo (26/2), entretanto, em algumas casas, o desabastecimento ocorreu durante a semana passada.

Revoltados, moradores do bairro Davanuze protestaram, na noite desta segunda-feira (27/2), cobrando solução. Pilhas de vasilhas se acumulam nas pias, assim como roupas para serem lavadas. Em alguns casos, falta água para banho e limpeza geral das casas.

Bárbara Aparecida mora no bairro Paraíso. Lá, ela não vê pingar uma gota de água da torneira desde sexta-feira (24/2). “A gente está tomando banho é com galão de água, bebendo e tudo muito regrado porque nem condição para isso a gente tem”, conta.





O primeiro contato que ela fez com a Copasa foi ainda na sexta. No dia, a atendente informou que o abastecimento seria normalizado ainda no sábado (25/2). “No sábado liguei outra vez, falaram que era no domingo e até agora nada”, relata. Na casa de Bárbara moram ela, a irmão e a mãe.

Com duas crianças, a moradora do bairro Padre Eustáquio Thamires Santos também sofre com a interrupção do serviço. “A gente faz as coisas quando ela chega. Costuma chegar de madruga, aí faço o que é preciso de madruga. A gente toma banho de manhã cedinho que é quando ainda tem água, mas dá 9h da manhã ela acaba”, conta. Além dela e dos dois filhos, mora também o marido.
 
Moradorees protestaram no bairro Davanuze pedindo solução (foto: Reprodução Redes Sociais)

Na justiça

A situação fez com que a prefeitura de Divinópolis acionasse, nesta segunda-feira (27/2), judicialmente a empresa para obriga-la a fornecer água. “Já foram feitas reuniões, contato e cobrança para a Copasa, mas não obtivemos sucesso na resolução do problema (...) Agora, o município está utilizando dos meios legais e vamos aguarda a liminar para fazer a companhia realizar o fornecimento de água”, explicou a vice-prefeita e secretária de Governo, Janete Aparecida (PSC).





Até que tenha uma decisão, o município contratou seis caminhões pipas para abastecer emergencialmente escolas, unidades de saúde e também um hidrante instalado para levar a água até às casas.

Em janeiro de 2021, por meio de processo administrativo, o prefeito de Divinópolis Gleidson Azevedo (PSC) anulou o contrato, que tem vigência até 2041, entre o município e a Copasa.  O caso foi parar na justiça e até que haja uma decisão ou que uma nova licitação seja realizada a empresa segue prestando o serviço.

Solução

A Copasa alega que desde a última sexta-feira (24/2), mobilizou toda a equipe técnica para resolver a situação de falta de água na região sudeste. Disse reconhecer a responsabilidade pelo ocorrido e que todas as providências para a retomada do abastecimento já foram adotadas. 





Informou também que o fornecimento de água foi normalizado nesta terça-feira (28/2), mas o abastecimento de reservatórios e caixas d’água demanda tempo em função da necessidade de recuperação do volume de água. 
 
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Até a regularização total, a Copasa afirmou que está realizando manobras para levar maior volume de água à região, bem como está reforçando o abastecimento com o apoio de 14 caminhões-pipa, seis deles cedidos pela prefeitura, que estão abastecendo as redes por meio de um hidrante instalado nesta terça-feira (28) em um dos pontos mais altos da região. 

“Dessa forma, o abastecimento é mais eficiente e a Companhia consegue atender mais pessoas simultaneamente”, informou.

Informou ainda que a empresa vai iniciar até o final desta semana a construção de uma rede adutora de vazão maior que vai interligar os três poços artesianos que abastecem a região sudeste ao reservatório que atende a essa parte da cidade, reduzindo o número de vazamentos.
 
*Amanda Quintiliano especial para o EM