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Estado de Minas INCLUSÃO

Coral pretende reunir idosos com Alzheimer e dificuldades cognitivas

Coral Sênior busca incluir o idoso com deficiência na sociedade e auxiliar no tratamento não farmacológico do Alzheimer;


06/03/2023 14:27 - atualizado 07/03/2023 13:22

Sala de aula em que acontece o Coral Sênior, na UniBH. Pessoas estão sentadas nas carteiras olhando para frente.
Grupo conta com vagas limitadas e músicas antigas (foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação)
 
O Grupo de Apoio aos Familiares com Alzheimer (Gafa), em parceria com o Projeto Associação à Melhor Idade (Asprami), criaram o primeiro Coral Sênior do Bairro Buritis, com foco em pessoas que sofrem com dificuldades cognitivas, como o Alzheimer. 
 
 
Os encontros semanais do coral acontecem nas quartas-feiras em uma sala na UniBH, apoiadora do projeto, no Bairro Buritis, das 14h30 até as 15h30 e são comandados pela professora musicista Gabriela Pilati. 

Os ensaios são uma forma de trabalhar as capacidades cognitivas, exercícios físicos e a interação e inclusão social. As músicas são selecionadas pensando na faixa etária.  Núsicas que marcaram a vida de cada integrante e toda uma época também são levadas em consideração. 
 
Membros do coral durante ensaio, em sala de aula
Ensaios ocorrem nas quartas-feiras, a partir das 14h30 (foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação)
 

O coral tem vagas limitadas para manter um ambiente agradável ao portador de dificuldades cognitivas. Cada integrante participa da atividade com o seu cuidador. Os interessados em participar do coral podem entrar em contato via WhatsApp com o número (31) 98434-8028.

O grupo surge, principalmente, como uma forma de auxiliar no tratamento não farmacológico dos portadores das deficiências.

“O Coral é fruto de muito estudo e muita pesquisa. Além das habilidades cognitivas que a música ajuda a treinar, o ato de cantar traz inúmeros benefícios físicos para o paciente.” explica o coordenador da Gafa, Eduardo Pirri, destacando que a música é uma importante aliada no tratamento.

Ele explica ainda ainda que a musculatura do rosto e do pescoço é bem trabalhada durante as aulas, o que é fundamental para tarefas do dia a dia como a mastigação. 
 
Membros do Coral com adereços de carnaval em aula temática
Coral Sênior em aula temática de carnaval (foto: Arquivo Pessoal/ Divulgação)
 

Além dos benefícios físicos e sociais, a participação de atividades em grupo é importante para a inclusão social do idoso, que muitas vezes é excluído pela própria família, afirma o coordenador. “É importante para a autoestima do idoso que ele se sinta visto e validado no meio em que vive, e o grupo é importante, também, por isso." 

Eduardo conta que a inspiração do coral, além dos conhecimentos científicos, foi a vivência que teve com a sua mãe, que, durante muitos anos, conviveu com o Mal de Alzheimer e inspirou o filho a fundar o Gafa. “Minha mãe, quando viva, participava do coral da Asprami e lembro que fazia bem demais para ela. Lembro que nos dias de ensaio passava horas sorrindo, feliz da vida”, relatou durante entrevista ao Estado de Minas

O coral, apesar do foco em idosos com dificuldades cognitivas, não se restringe a esse público. Idosos com ou sem deficiências também podem participar, de acordo com o número de vagas disponíveis. 

Além do Coral, o Gafa conta com outras atividades lúdicas e com encontros mensais para trocas de experiências, abertas ao público em geral, com pessoas portadoras e com familiares portadores de deficiências cognitivas. 

Grupo de Apoio aos Familiares com Alzheimer 


O Grupo de Apoio aos Familiares com Alzheimer (Gafa) é um grupo informal e voluntário criado em 2018 por Eduardo Pirri e familiares que dão suporte à causa. É formado basicamente por pessoas que têm alguém com diagnóstico de Alzheimer ou com algum outro tipo de demência, independentemente de sua formação intelectual, política ou religiosa e é aberto para todos os públicos. 

O objetivo do grupo surgiu como informar e prestar apoio aos familiares dessas pessoas que, muitas vezes, não sabem como lidar com a situação e não encontram apoio com facilidade. A troca de experiências e de vivências faz parte da estratégia do grupo para agregar nas narrativas das demais famílias que participam do projeto. 

Após uma parceria com a Asprami (Associação à Melhor Idade) o Gafa pode iniciar trabalhos ligados, mais especificamente, à pessoa cuidada, em vez do cuidador. Dessa parceria, nasceu a possibilidade de criar atividades sociais específicas, com vista a proporcionar, de forma lúdica, atividades que permitam aos nossos entes cuidados a prática de exercícios físicos e mentais apropriados.
 
*Estagiária sob supervisão 


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