O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) recebeu da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult), nesta segunda-feira (6/3), o projeto de restauração do Palácio da Liberdade, na Praça da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte. As obras vão contar com recursos do MPMG, oriundos de indenizações obtidas em ações civis públicas e acordos judiciais, podendo ultrapassar a casa dos R$ 6 milhões.
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O projeto ainda está nos estágios iniciais, não tendo uma data prevista para o início do restauro. Agora, o MPMG deve transferir os recursos para a Fundação Clóvis Salgado, que tocará o processo das obras. A restauração tinha um valor inicial estimado em R$ 6 milhões, porém, outros problemas foram identificados e agora a previsão chega em R$ 9 milhões.
Os recursos do Ministério Público fazem parte dos fundos do MPMG para atender as necessidades do estado em ações, por exemplo, para a preservação do meio ambiente e o patrimônio cultural. Segundo o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, o valor final do recurso a ser empregado será definido ao longo da semana.
“Nós (MPMG) vamos deliberar, em uma semana, para definir dentro do projeto que o governo do estado propôs e vamos assinar. Queremos que esse recurso chegue o mais rápido possível ao estado, porque tem medidas urgentes a serem executadas”, explica Jarbas Soares.
As obras
Na solenidade de entrega do projeto, o secretário Leônidas detalhou algumas atividades que devem ser feitas. A princípio a mais urgente é a reforma do telhado. “O telhado será feito mais rapidamente, porque nós precisamos resolver (as infiltrações), e é uma obra civil. Agora, a restauração naturalmente vai gastar um tempo maior”, afirma Leônidas, que informou que as obras devem durar um ano.
Usado como sede do Governo Estadual até 2010, o Palácio da Liberdade foi inaugurado no final do século 19, e vai completar 125 anos desde sua abertura, em 1898. Outro alvo das intervenções será a mobília do edifício, que possui anos de uso em outros setores, antes de o prédio ser reaberto com finalidades culturais e turísticas.
“O mobiliário do palácio é importantíssimo, vindo do século 18, 19 e 20. São relíquias da história, sejam eles de escritórios, salão de banquetes, e até aqueles que estão nos galpões e são usados, por exemplo, para festividades”, argumentou Leônidas.
O interior da edificação e as laterais também serão repintadas, já que possuem uma textura marmorizada que imita a pedra, diferentemente da fachada que é feita propriamente de mármore. Obras artísticas, como quadros e esculturas, além de presentes dados por outros governos, também serão restaurados.
Jardins
Os Jardins do Palácio também serão revitalizados, apesar de “muito bem conservados”, como diz o secretário Leônidas. A ideia é recuperar a composição original do local que possui uma tenda de eventos há mais de 20 anos.
Retirada dos Jardins, a estrutura será realocada para a quadra dos governadores, que fica atrás da piscina. O presidente da Fundação Clóvis Salgado/Secult, Sérgio Rodrigo Reis, também adiantou na semana passada que o Palácio terá o Jardim das Esculturas, uma forma de valorizar artistas mineiros, com a presença de peças clássicas e contemporâneas.
Iluminação
O Governo de Minas quer modernizar a iluminação noturno, com luzes cênicas que devem ‘casar’ com as pedras e afrescos. Internamente uma iluminação deve ser pensada, já que atualmente a estrutura possui uma iluminação oriunda da troca da vela pela lâmpada elétrica.
“Vamos revisar toda a iluminação, mas sobretudo no exterior dar mais visibilidade. Quando nós passamos a noite na Praça da Liberdade o Palácio está escuro, apenas com as luminárias. Nossa ideia é iluminar os detalhes das fachadas e propiciar que ele seja usado para as campanhas públicas”, completou Leônidas.
*Estagiário sob supervisão