O sargento da Polícia Militar que atirou contra um morador na Vila Barraginha, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em julho de 2022, depôs nesta quarta-feira (8/3) durante audiência de instrução do caso. A sessão aconteceu no Fórum de Contagem e teve duração de oito horas.
Foram arroladas 16 pessoas, sendo dez da defesa do policial e seis da acusação.Todas as testemunhas intimadas pelo Ministério Público foram ouvidas, e duas intimadas apenas pela defesa também testemunharam, sendo policiais que participaram da operação. As outras oito foram dispensadas.
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Vila Barraginha: policial é denunciado pelo MP por homicídio qualificadoVila Barraginha: MP pede perícia em vídeo de execução de homem por policialAo fim da audiência, o juiz determinou que as partes sejam intimadas para que, após 5 dias, ofereçam suas alegações finais. Na sequência, o magistrado vai decidir, no prazo de dez dias, se o acusado será ou não levado a julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Contagem.
Relembre o caso
Marcos Vinícius Vieira Couto foi morto no dia 16 de julho de 2022, após a Polícia Militar responder a um chamado de disparos de arma de fogo, vindos de uma casa na Vila Barraginha, em Contagem. Assim que os militares chegaram no endereço, segundo o boletim de ocorrência, moradores apontaram Marcos como o autor dos disparos.
De acordo com o registro da corporação, os militares teriam pedido a Marcos que ele fosse para uma “área de segurança”, mas ele teria resistido. Durante a ação, os militares alegaram que o homem teria tentado tirar a arma da mão de um dos policiais, e tentado sacar a arma do sargento que atirou três vezes contra o morador.
No entanto, um vídeo gravado por moradores mostra Marcos sendo conduzido pelo autor para trás de uma kombi, que estava estacionada na rua, logo em seguida os disparos são efetuados. Nas imagens não é possível ver se a vítima tentou pegar a arma dos militares.
Conforme a PM, o local estava cheio de pessoas, e a intenção era isolar o suspeito em uma parte mais tranquila para o prosseguimento da abordagem com segurança. Sobre o vídeo, os militares afirmam que as imagens foram cortadas. Cinco dias depois da ocorrência, o Ministério Público Federal pediu que as imagens fossem periciadas.
Para a família, Marcos estava desarmado e não reagiu. Eles admitem que ele tinha sim envolvimento com o tráfico de drogas, porém, negam que ele tenha resistido à abordagem e muito menos que tenha sido agressivo.