O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) conseguiu, na tarde desta terça-feira (14/3) resolver um impasse envolvendo o plano de saúde da Unimed e o Monte Sinai e Albert Sabin, dois dos maiores hospitais de Juiz de Fora.
Nos últimos dias, os dois hospitais anunciaram a suspensão do contrato com a Unimed e a consequente suspensão dos serviços oferecidos a usuários do plano de saúde. Como a Unimed atende a 130 mil juiz-foranos, o Ministério Público foi acionado para resolver o impasse.
Na tarde desta terça, foi assinado um termo de ajuste para que a suspensão dos serviços seja revogada. Assim, os hospitais voltam a atender pacientes que tenham o plano de saúde da Unimed. Nesse termo ficou definido que as partes vão se reunir nos próximos 15 dias para buscar um consenso.
Início da crise
A crise envolvendo os hospitais e o plano começou em fevereiro, quando o Monte Sinai emitiu um comunicado informando a suspensão do atendimento aos pacientes do plano Unimed. A suspensão começou a valer no último sábado (11/3).
O pivô da crise é o repasse financeiro que o plano de saúde precisa fazer para o hospital. Segundo o Monte Sinai, a Unimed está desrespeitando o acordo firmado no final de 2022 e que é válido até meados de 2023.
“Infelizmente, ante a necessidade de arcar com as despesas inerentes à assistência médico-hospitalar, algo que as imposições da Unimed estão nos impedindo de fazer, de maneira bastante clara, essa medida é a única capaz de assegurar tanto a manutenção das operações do Monte Sinai quanto a segurança dos seus usuários e a preservação dos postos de trabalho de seus mais de um mil colaboradores”, informou o hospital.
Na noite desta segunda-feira (13/3), foi a vez do hospital Albert Sabin informar que iria suspender os atendimentos de pacientes com o plano da Unimed. O motivo alegado foi o mesmo divulgado pelo Monte Sinai.
“ Em virtude de problemas administrativos e por infrações contratuais geradas pela rede Unimed, inviabilizando, assim, a continuidade da relação entre hospital e operadora”, informou o Albert Sabin.
Após a divulgação dos hospitais, a Unimed se posicionou e disse que a medida tomada pelo Monte Sinai e Albert Sabin era irregular. “O Sistema Nacional Unimed considera a atitude de ambos intransigente, intempestiva e irresponsável. A Unimed conclui que as medidas de descredenciamento de todos os serviços eletivos, ignorando as etapas e prazos exigidos por lei e desconsiderando os prejuízos causados a clientes e cooperados, tenham sido um acordo oportunista entre dois prestadores, detentores de uma operadora de plano de saúde local”, informou o plano em nota oficial.
Na noite dessa segunda, o MP emitiu uma recomendação aos hospitais indo na linha do que argumentou a Unimed. No ofício assinado pelo promotor Juvenal Martins é recomendado que Monte Sinai e Albert Sabin retomem o atendimento a avisem ao plano a decisão de fazer o rompimento do contrato.
“ Resolve recomendar aos hospitais Monte Sinai e Albert Sabin que cumpram o disposto no contrato celebrado com a Operadora de Saúde Unimed Juiz de Fora, promovendo a notificação que rescindirão os contratos, no prazo de 90 dias, mantendo-se o atendimento neste período, evitando-se colocar em risco a saúde/vida dos usuários”, escreveu o promotor.
Agora, com o termo de ajuste assinado, a expectativa é de que o imbróglio seja resolvido nos próximos dias.