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Estado de Minas PRESO NO BELVEDERE

Aluguel de R$ 12 mil: a boa vida do traficante carioca Chapola em BH

Aluguel de carro usado pelo criminoso era de R$ 4 mil; filhos do traficante estavam estudando em escola particular na capital mineira


15/03/2023 12:46 - atualizado 15/03/2023 14:10

O traficante Marcos Vinícius dos Santos, conhecido como Chapola, preso nessa terça-feira (14/3), vivendo uma vida luxuosa no Bairro Belvedere, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, afirmou à Polícia Civil (PC) que se mudou para a capital mineira porque queria “sair do crime” e viver uma vida de “cidadão comum”. Veja o momento em que o traficante chega ao Depatri, em BH:
 
Na foto, frente da casa de alto padrão em que Chapola vivia com a família, no Bairro Belvedere
Frente da casa de alto padrão em que Chapola vivia com a família, no Bairro Belvedere, uma das Regiões mais caras de Belo Hoorizonte (foto: Google Street View/Reprodução)


De acordo com o delegado João Prata, da Delegacia Especializada de Investigação e Repressão a Roubos a Bancos – pertencente ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes contra o Patrimônio (Depatri), o traficante, que líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP), no Morro do Dendê, favela da Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, estava há cerca de dois meses em Belo Horizonte, vivendo uma vida de alto padrão.  “Infelizmente, está tendo esse intercâmbio criminoso entre Belo Horizonte e Rio de Janeiro”, disse Prata.
 

Segundo Prata, a casa onde Chapola estava morando, na rua Aloysio Leite Guimarães, Belvedere, tinha aluguel de R$ 12 mil. O carro usado pelo traficante, que também era alugado, custava R$ 4 mil por mês. O local é considerado um dos mais luxosos de Belo Horizonte.

O traficante começou a ser monitorado logo após se mudar para BH. Na capital mineira, ele morou primeiro em hotel na região da Savassi, depois em prédio no Buritis, até chegar no imóvel do Belvedere.
  
O delegado destacou que a PC não acredita na versão de Chapola, na qual ele afirma que buscava deixar o crime. Apesar disso, ele ressaltou a possibilidade do traficante ter deixado o Rio de Janeiro pois estava muito visado pela polícia.

“Até então, as investigações apontam que ele estava aqui tentando ter uma vida de um cidadão de bem. As investigações não apontam que ele estava traficando aqui em Minas. A gente acredita, sim, que ele tenha ligações com traficantes daqui, mas isso o decorrer das investigações que vai pormenorizar”, disse João Prata. 
 
“Ele informa que realmente quis sair do crime, que não era mais a vida dele, que ele vivia o tempo inteiro tenso e que ele veio para mudar de vida. Isso é a história dele. A gente não acredita, mas que ele saiu do Rio para dar um tempo disso aí, até porque ele era um dos grandes criminosos lá, o foco estava todo em cima dele, indica, sim, que aqui em Minas ele conseguiria sair dos holofotes, dos olhos da polícia”, concluiu o delegado.

Vida comum

A PC afirmou que não tem evidências de que Chapola realizou atividades relacionadas ao tráfico no período em que morou em Belo Horizonte e que levava uma “vida comum”. Ele frequentava a academia e matriculpu seus dois filhos, que vieram para Minas Gerais junto com ele e sua mulher, com quem vive há 19 anos, em uma escola particular da capital. Ele adotou uma identidade falsa para não ser reconhecido em terras mineiras.
 
De acordo com o delegado João Prata, foram encontrados somente R$ 5 mil na casa onde Chapola estava vivendo em BH, valor baixo em relação ao que ele movimentava, por exemplo com o aluguel do local.

De acordo com o delegado, o traficante possuía recursos financeiros altos, mas que não trouxe esse dinheiro para a capital mineira. O policial civil ressaltou, ainda, que o traficante era um indivíduo “muito inteligente”. “Ele não ia ficar sentado num flagrante desse”, disse João Prata. 

Chapola teria dito a policiais que sua ideia era abrir um negócio lícito em Belo Horizonte. O delegado João Prata ressaltou, porém, que como todo o dinheiro de Chapola era proveniente do tráfico de drogas, a origem de um eventual empreendimento já seria ilícita.
 

Traficante era escoltado por ex-policiais civis

O delegado João Prata contou também que, no Rio de Janeiro, Chapola era frequentemente escoltado por ex-policiais civis, chamados popularmente de “soldados”, foragidos da justiça no estado. Ele informou, ainda, que a PC não conseguiu comprovar que esses “seguranças” vieram para Minas Gerais junto com o traficante.
 
A tendência, de acordo com a PC, é que Chapola seja transferido para o Rio de Janeiro, já que possui três mandados de prisão em aberto no estado, sendo um por homicídio, um por tráfico de drogas e um por associação ao tráfico de drogas. Ele já havia sido preso em 2010 e 2014, e era considerado foragido desde 2019. O traficante foi encaminhado ao sistema prisional e está à disposição da Justiça.


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