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Estado de Minas ENTREVISTA

BH: Fuad Noman diz que duplicação do Anel Rodoviário voltou à estaca zero

Ao EM, prefeito revelou problemas na conclusão de projeto pedido pelo Dnit a uma empresa; resistência do setor privado a assumir concessão também é entrave


15/03/2023 13:41 - atualizado 15/03/2023 13:59



As obras de revitalização do Anel Rodoviário de Belo Horizonte vão demorar mais tempo para sair do papel. O prefeito de BH, Fuad Noman (PSD), disse, nesta quarta-feira (15/3), que a via foi retirada da cartela de parcerias público-privadas (PPs) propostas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) a empresas. A revelação foi feita em entrevista exclusiva ao Estado de Minas. Ainda segundo Fuad, a companhia contratada para desenvolver o projeto de duplicação da pista não conseguiu entregar projeto detalhando a intervenção.

"O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fez um contrato, em 2021, com uma empresa, para fazer um projeto de duplicação. A empresa não fez e eles estão, agora, desfazendo o contrato. Depois que o contrato for desfeito, vão fazer uma outra licitação e a expectativa de o projeto ficar pronto é (entre) 30 e 36 meses", disse o prefeito.

O Anel Rodoviário é de responsabilidade federal. Fuad soube dos problemas ontem, ao se reunir com representantes do Dnit durante a série de compromissos que cumpriu em Brasília (DF). O imbróglio ocorre porque a pista foi incluída na licitação que tratava da privatização da BR-040. Os problemas na entrega do projeto demandaram a necessidade de novo pregão — para a nova concorrência, a estrada foi dividida em três trechos.

"Resolvi muitas coisas e saí de lá (da capital federal) muito satisfeito, mas o Anel me deixou com dor no coração", lamentou.

Ainda conforme o prefeito, há certa resistência de concessionárias privadas em participar do processo de gestão do Anel Rodoviário, o que dificulta o processo anterior ao começo das obras. Para viabilizar a concessão da BR-040, a famosa via de Belo Horizonte foi retirada do projeto.

"No projeto da ANTT, fizeram um plano de negócios e, quando o Anel entra, o plano de negócios desanima muito o pessoal. Pedi uma reunião com a ANTT, vou lá chorar as mágoas e dizer 'espera aí, não façam isso com a gente'. Não sei se resolvo, mas vou lá", garantiu.

Fuad contou também que, ontem, durante a agenda no Dnit, recebeu a sugestão de assumir a gestão do Anel Rodoviário. Ele respondeu aos representantes da autarquia que a possibilidade de municipalizar a via só acontecerá se houver injeção de recursos federais para a concretização das melhorias na via.

O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman
Fuad (foto) afirmou que trabalho em torno de projeto de obras no Anel pode levar até três anos (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 15/3/23)

Impasse gera 'efeito-cascata'

O imbróglio em torno das obras no Anel Rodoviário, demanda histórica de Belo Horizonte, causa impactos sobre outras questões debatidas pela cidade. A possibilidade de desativar o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro (Tergip), no Centro, e transferir os embarques e desembarques a um terreno no Bairro São Gabriel, na Região Nordeste da cidade, depende diretamente de obras no Anel.

"Tínhamos um projeto, de uma parceria público-privada, para fazer a rodoviária perto do Bairro São Gabriel. O terreno está lá. Mas o Dnit, dono do Anel Rodoviário, diz que só pode permitir que a gente coloque a frota de ônibus por ali quando duplicar o Anel. (Se) não duplica, não consigo fazer", lamentou o prefeito.


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