Festas ao som de hits de pagode, carros de luxo e drogas. Assim era a vida de Marcos Vinícius dos Santos, o Chapola do Dendê, líder da facção Terceiro Comando Puro (TCP), no Morro do Dendê, no Rio de Janeiro, enquanto morava em uma casa no bairro Belvedere, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Chapola foi preso na noite dessa terça-feira (14/3) pelos investigadores da Delegacia Especializada de Investigação e Repressão a Roubos e Bancos, pertencente ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil de Minas.
Chapola foi preso na noite dessa terça-feira (14/3) pelos investigadores da Delegacia Especializada de Investigação e Repressão a Roubos e Bancos, pertencente ao Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), da Polícia Civil de Minas.
A reportagem do Estado de Minas esteve na tarde desta quarta-feira (15/3) em frente à casa onde Chapola morava com a família. Em contato com vizinhos, eles afirmaram que nunca desconfiaram da vida pregressa do morador.
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Em entrevista coletiva na manhã de hoje, a Polícia Civil informou que Chapola queria “sair do crime” e viver uma vida de “cidadão comum”. O homem estaria vivendo em BH há cerca de dois meses. Ainda conforme a corporação, o aluguel da casa no bairro de luxo da capital seria de R$ 12 mil, por mês. Além disso, o carro usado por ele, também alugado, custava R$ 4 mil por mês.
O traficante começou a ser monitorado logo após se mudar para BH. Na capital mineira, ele morou primeiro em hotel na região da Savassi, depois em prédio no Buritis, até chegar no imóvel do Belvedere.
‘Vida comum’
A PC afirmou que não tem evidências de que Chapola realizou atividades relacionadas ao tráfico no período em que morou em Belo Horizonte e que levava uma “vida comum”. Ele frequentava a academia e matriculou seus dois filhos, que vieram para Minas Gerais junto com ele e sua mulher, com quem vive há 19 anos, em uma escola particular da capital. Ele adotou uma identidade falsa para não ser reconhecido em terras mineiras.
De acordo com o delegado João Prata, foram encontrados somente R$ 5 mil na casa onde Chapola estava vivendo em BH, valor baixo em relação ao que ele movimentava, por exemplo com o aluguel do local. Prata explicou que Marcos possuía recursos financeiros altos, mas que não trouxe esse dinheiro para a capital mineira. O policial civil ressaltou, ainda, que o traficante era um indivíduo “muito inteligente”. “Ele não ia ficar sentado num flagrante desse”, disse João Prata.
Chapola teria dito a policiais que sua ideia era abrir um negócio lícito em Belo Horizonte. O delegado João Prata ressaltou, porém, que como todo o dinheiro de Chapola era proveniente do tráfico de drogas, a origem de um eventual empreendimento já seria ilícita.