A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou na tarde desta quinta-feira (16/3) que Amanda Christina Souza Pinto, de 34 anos, foi presa em flagrante após confessar que matou a mãe, Maria do Rosário de Fátima Pinto, de 67 anos, e a própria filha, de 10. Os corpos das vítimas foram encontrados nessa quarta-feira (15/3), no Bairro Piratininga, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.
De acordo com a Polícia Militar (PM), a mulher afirmou não ter tido motivação para os crimes e alegou que assassinou primeiro a mãe, nessa segunda (13/3), e depois a filha, na terça-feira (14/3). Ambas, segundo ela, morreram enforcadas. Os corpos foram velados na tarde desta quinta-feira (16/3) no Cemitério da Paz, Região Noroeste da capital.
Ainda segundo a PM, após os homicídios, Amanda tentou se matar por inalação de gás. Ela foi encontrada desacordada, com a cabeça dentro do forno, pelo Corpo de Bombeiros. Apesar da prisão confirmada, Amanda Christina segue internada no Hospital João XVIII sob escolta policial. Ao receber alta, ela será encaminhada ao sistema prisional, informou a Polícia Civil.
O crime
Em depoimento, a mulher contou que, por volta das 11h da segunda-feira (13/3), estava no quarto conversando com a mãe quando começaram a “brincar”. A mulher teria então passado o braço em volta do pescoço da idosa e, segundo ela, naquele momento sentiu “uma sensação ruim” e “vontade de apertar”, começando, em seguida, a estrangular a idosa. Ela não soltou até ter certeza de que Maria do Rosário tinha parado de respirar.
Segundo ela, a filha de 10 anos, que dormia em outro quarto, acordou e bateu na porta, perguntando o que estava acontecendo. Ela disse para a garota não abrir a porta, pois ela estaria “resolvendo um problema” com a avó da menina. Em seguida, Amanda cobriu o corpo da mãe com um lençol e ordenou que a filha fosse tomar café.
Na terça-feira (14/3), Amanda decidiu matar sua filha. A princípio ela teria tentado cortar os pulsos da criança, mas os ferimentos foram superficiais. Ela decidiu, então, matá-la da mesma forma como tinha feito com a avó da criança no dia anterior.
Amanda passou, então, a enforcar a garota por duas vezes, mas, segundo ela, a criança se debateu muito. Por isso, a mulher amarrou a filha, usando uma calça, e passou a apertar seu pescoço até que ela parasse de respirar. Em seguida, Amanda deitou ao lado da garota e, por duas vezes, tentou se matar ingerindo remédios. Como isso não funcionou, no dia seguinte, ela vedou as frestas das portas da casa, colocou a cabeça dentro do forno de um fogão e ligou o gás.
“Não foi um simples enforcamento”, contesta familiar
Segundo familiares das vítimas, a suspeita não possui problemas mentais como havia sido alegado em depoimento às autoridades. “O único problema que ela sempre teve foi com o uso de drogas. A cena que eu vi no IML ontem não é uma cena de um simples enforcamento. Ela bateu, machucou, foi uma cena monstruosa”, contou Cristiene Moreira da Silva, prima de Amanda. Devido aos ferimentos nos corpos, o velório precisou ocorrer com caixões fechados.
Já Michelle Cardoso, tia da criança morta e cunhada da suspeita, explica que desde que o irmão morreu não recebia notícias da sobrinha. Os contatos cessaram por completo desde que a avó paterna da menina parou de dar dinheiro para Amanda. “Não recebia mensagem, não dava notícias, até chegar a bloquear a gente há pouco tempo”, disse.