A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu as investigações do caso do homem de 52 anos que foi encontrado morto dentro de um ribeirão após fugir de uma clínica de acolhimento em Araxá, no Alto Paranaíba. Na manhã desta quinta-feira (16/3), foram apontadas que negligências da insituição levaram à fuga e à morte da vítima. Três funcionárias foram indiciadas por homicídio culposo.
O corpo de Walter César de Paula, que sofria de Alzheimer, foi localizado 24 horas após o desaparecimento, no dia 15 de fevereiro, dentro do ribeirão às margens da BR-262 O local estava a cerca de 1 km da Instituição de Longa Permanência para Idosos Hotel Vovô Cecília, onde ele morava.
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Entre as três pessoas indiciadas por homicídio culposo estão a proprietária - também diretora da clínica - e duas funcionárias.
“A diretora da instituição foi indiciada por ser a responsável pela gestão, pelo fato de cuidar da infraestrutura e da contratação de pessoal. Outras duas colaboradoras também foram indiciadas por permitirem que o portão frontal por onde esse senhor saiu permanecesse aberto, possibilitando que ele deixasse a clínica sem que fosse sentida a sua ausência. As investigações apontaram que, provavelmente, ele caiu nesse ribeirão de uma forma acidental, mas essa morte foi promovida. Houve a contribuição para o resultado perante as negligências e omissões que foram apontadas com relação à instituição”, ressalta o delegado.
Estrutura imprópria
Na última segunda-feira (13/3), a Justiça determinou a interdição do Lar de Idosos Hotel Vovó Cecília. O pedido se deu pela constatação de “irregularidades sanitárias gravíssimas” que, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), colocava os idosos em risco. Na ocasião, os residentes do abrigo deveriam ser entregues aos cuidados de familiares ou transferidos para outras instituições de permanência às custas dos proprietários do Lar de Idosos Vovó Cecília.
A decisão, no entanto, foi suspensa devido a uma liminar obtida pela defesa da clínica, que foi acatada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) às 23h do mesmo dia, e evitou a interdição do espaço.
Posicionamento da defesa
Procurado pela reportagem do Estado de Minas, o advogado de defesa da clínica e da proprietária do local, Johnny Theodoro, informou que ainda não teve acesso à conclusão do inquérito da Polícia Civil e que soube do assunto por meio da mídia.
Johnny afirmou que o inquérito se trata de um ato unilateral e que não concorda com o indiciamento de homicídio culposo. “Não houve negligência, muito pelo contrário. A partir do momento que a minha cliente tomou conhecimento da fuga deste residente, ela, de imediato, não mediu esforços par encontra-lo. Isso tudo será comprovado durante a instrução criminal”, destacou.