Os casos de dengue aumentaram em Belo Horizonte desde janeiro. Os atendimentos nos centros de saúde da capital cresceram 248% para casos suspeitos de dengue entre 1° de janeiro e 10 de março, em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o balanço da dengue, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, na última sexta-feira (10/3), são 341 casos confirmados e 2.854 em investigação na capital. Em 2022, no mesmo período, eram 98 casos confirmados e 769 notificados pendentes de confirmação.
Mais postos em funcionamento
Diante da alta de casos da doença, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) decidiu ampliar o atendimento à população a partir deste sábado (18/3). Dois centros de saúde - Rio Branco, na Regional Venda Nova, e Santa Terezinha, na Regional Pampulha - vão ficar abertos de 7h às 18h.
Os locais farão atendimento, preferencialmente, de crianças e adultos com sintomas de dengue, chikungunya ou doenças respiratórias.
Além disso, segundo a PBH, as UPAs da capital funcionarão normalmente no fim de semana com atendimento 24 horas para o público em geral.
Ainda de acordo com o órgão, a ação faz parte do Plano de Contingência da Secretaria Municipal de Saúde. As ações têm como objetivo oferecer assistência oportuna, segura e de qualidade, para evitar a ocorrência de maior gravidade.
O plano de contingência é ativado gradativamente mediante o cenário epidemiológico do município.
A PBH informou também que, neste primeiro momento, estarão abertas duas unidades para atendimento aos sábados. A Secretaria Municipal de Saúde, porém, continua monitorando a situação e, se necessário, a ação poderá ser ampliada, com abertura de mais centros de saúde aos finais de semana.
Veja os centros de saúde com atendimento neste sábado (de 7h às 18h):
- Centro de Saúde Rio Branco - Rua Crisanto Muniz, 120, bairro Rio Branco
- Centro de Saúde Santa Terezinha - Rua Senador Virgílio Távora, 157, bairro Santa Terezinha
Alerta para risco de aumento de casos
Em janeiro, durante coletiva, PBH e Secretaria Municipal de Saúde alertaram para o risco de aumento de casos de dengue, semelhantes aos registrados em 2019, caso a população não ajudasse no combate ao Aedes aegypti.
Na época, a secretária Municipal de Saúde, Cláudia Navarro, destacou a importância da participação da população no combate da doença.
“Peço para a população que continue nos ajudando no enfrentamento dessas doenças, como nos ajudaram no caso da COVID, em que o papel da sociedade foi fundamental. Do mesmo jeito que foi importante essa ação da sociedade e da imprensa na divulgação dessas medidas para combater a dengue."
Segundo ela, o objetivo da ação conjunta é evitar mortes pelas doenças transmitidas pelo Aedes na capital.
“O papel de cada um da sociedade e da equipe da Secretaria, da Prefeitura é fundamental para que a gente chegue ao nosso objetivo de zero morte esse ano através das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.”
Prevenção
Uma das formas mais eficazes de prevenir doenças transmitidas pelo Aedes aegypti - dengue, zika e chikungunya - é evitar o acúmulo de água parada em pneus, garrafas, vasos de plantas e outros recipientes, onde ocorre a proliferação do mosquito.
Algumas recomendações são: tampar tonéis de água, manter calhas limpas, deixar garrafas com a boca virada para baixo, limpar e encher os pratos dos vasos de plantas com areia, manter lixeiras tampadas, ralos limpos e instalar telas nas janelas.
As doenças têm alguns sintomas semelhantes, como febre alta, dores pelo corpo e mal-estar.
Em Minas
Minas Gerais é o estado com o maior número de casos prováveis de dengue, em 2023, de acordo com o Ministério da Saúde. O Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya e Zika, divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), mostra que até 12 de março, o estado registrou 83.911 casos prováveis da doença. Desse total, 25.265 casos foram confirmados e nove pessoas morreram por dengue no estado. Há ainda 40 mortes em investigação.
Em 17 de fevereiro, a Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, decretou situação de emergência em saúde pública em função de um surto de Dengue, Chikungunya e Zika. Já em 22 do mesmo mês, a Prefeitura de Ribeirão Vermelho, no Sul de Minas, decretou situação de Emergência na Saúde, após 27 casos de dengue serem confirmados na cidade.
Dois dias depois, foi a vez da Prefeitura de Passos, no Sul de Minas, decretar situação de emergência por causa do aumento do número de casos de dengue. A cidade já confirmou duas mortes em decorrência da forma mais grave da doença. A primeira vítima, Janice Maia Mattar, estava internada na Santa Casa de Misericórdia da cidade, não resistiu às complicações da doença e morreu em 6 de março. Dois dias depois, foi a vez de uma mulher, de 68 anos. De acordo com a Prefeitura, ela tinha comorbidades.