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Estado de Minas FALTA DE PROFISSIONAIS

Violência afasta médicos dos postos de saúde de BH, afirma sindicato

Em audiência pública realizada na Câmara Municipal, vereadores e representantes da categoria tentaram debateram sobre a falta de profissionais nos postos


17/03/2023 19:23 - atualizado 17/03/2023 20:08

Centro de Saúde Vila Imperial, bairro Madre Gertrudes, região oeste de BH
Atualmente há cerca de 140 vagas para atuação na atenção básica e 37 da Estratégia Saúde da Família (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A falta de segurança está afastando médicos dos Centros de Saúde de Belo Horizonte, segundo o Sindicato dos Médicos de Minas Gerais (Sinmed-MG). Em uma audiência pública na Câmara Municipal para tratar a falta de profissionais nos postos, o problema foi destacado por vereadores e representantes da associação. 

O debate foi realizado pela Comissão de Saúde e Saneamento nessa quinta (16/3) e reuniu usuários, trabalhadores, gestores e parlamentares em busca de soluções para a falta de médicos nas Unidades Básicas de Saúde, um problema que já se arrasta há anos e que dificulta a vida do cidadão, principalmente nas periferias de BH.

Atualmente, de acordo com a prefeitura, há cerca de 140 vagas para atuação na atenção básica, como apoio, e 37 da Estratégia Saúde da Família (ESF). 

Segundo o presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, o vereador Reinaldo Gomes Preto Sacolão (MDB) e o professor Juliano Lopes, a violência é um dos fatores que mais contribui para dificultar a continuidade dos profissionais nos postos, em especial, os que são afastados do centro da cidade. O vereador Lopes defendeu a volta dos agentes da Guarda Municipal nas UBSs, que é algo alegado, também, pelo Sinmed-MG, representado pelo diretor André Christiano dos Santos.

"Perdemos o Posso Ajudar, perdemos os porteiros, perdemos os Guardas Municipais, em todos os lugares têm porteiros, mas nos postos não têm. A Patrulha SUS foi criada, mas não funciona, câmaras não resolvem. Só vão quando acontece, mas quando chegarem já aconteceu" afirma. 
O também diretor do Sinmed-MG, Artur Oliveira Mendes, completou que os servidores já estão treinados para lidar com situações de violência, mas não devem agir sem o apoio do poder público. "Junto com a prefeitura construímos um fluxo sobre como deve agir a gerência das unidades e os próprios profissionais, quando uma situação de violência contra os mesmos. Falamos sobre em que momento acionar a Guarda e a PM, qual é a responsabilidade de cada pessoa nesse processo para prevenir a violência e minimizar os danos causados por uma situação de agressão que acaba tumultuando o ambiente para todos", diz.

"Mas para além de fluxos, processos de educação com a comunidade e de educação permanente com os profissionais, nós precisamos da presença do poder público nesses espaços por meio dos porteiros e da Guarda Municipal, para proteger o patrimônio e proteger aquele que é o maior patrimônio do serviço de saúde, que são servidores que ali estão para atender as pessoas", finaliza. 
 

Secretaria Municipal de Saúde


Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, até o momento houve a nomeação de 603 médicos aprovados no último concurso, realizado em 2020. Um novo concurso para área da saúde já está em fase de planejamento, com previsão de disponibilização de vagas para profissionais da medicina.

A definição dos termos do futuro edital leva em conta a atual disponibilidade de mão de obra, as carências diagnosticadas em cada uma das unidades de saúde de BH e a estimativa de crescimento da demanda nos próximos anos. 


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