Adeus verão, bem-vindo outono. A nova estação, que começa nesta segunda-feira (20/3), às 18h25, é caracterizada em Minas Gerais pela diminuição dos índices de umidade relativa do ar - principalmente no período da tarde - e o declínio de temperatura, marcando um período de transição entre o verão quente e úmido e o inverno frio e seco, que começará em 21 de junho, às 11h58.
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Grande BH: chuva de granizo provoca alagamentos e quedas de árvoresChuva em BH: poste atinge ônibus na região do BarreiroChuva alaga ruas e avenidas de Contagem neste domingo (19/3)Mais de 300 cidades mineiras estão sob alerta de chuvas intensasOutono já muda a paisagem de BHPreservação ambiental: Itabira implementa o programa "Esse Rio É Meu"Os primeiros dias da nova estação ainda podem marcar um calor mais elevado do que o usual. “Temperaturas mais amenas só mesmo a partir de meados de abril. Mas já notamos um ventinho mais fresco à noite”, diz o meteorologista do Inmet Claudemir Azevedo, que também destaca que a ausência gradativa de chuva provoca a queda na umidade relativa do ar.
O verão que se despede hoje teve grandes variações, com frio em dezembro, muita chuva em janeiro e altas temperaturas em fevereiro e neste mês. “Foi cheio de altos e baixos. A chuva começou no final de outubro, houve muita água acompanhada de frio. O pior mesmo foi esse calorão, com noites abafadas. Tomara que as águas de março regulem o tempo”, diz uma moradora do Bairro Jaraguá, na Região da Pampulha, em, BH.
Chuvas
As águas de março ainda marcam o final de um período mais chuvoso e levam a média climatológica de precipitação para baixo durante o outono. Em Minas Gerais, o volume de chuva fica entre 100 e 200 milímetros, dependendo da região. Belo Horizonte e região central, por exemplo, possuem uma média de 120 mm durante o trimestre.
A tendência é que mês a mês o volume de água caia até chegar a estiagem severa do inverno. Na região central, por exemplo, abril tem uma média de 60mm, 40 em maio e 30 em junho. No Norte de Minas, 40mm (abril), 20mm (maio) e 10mm (junho). Já no Sul, as médias se mantêm um pouco elevadas em comparação ao resto: 80mm em abril, 60mm em maio e 30mm em junho.
O período com chuvas amenas e quase raras vai contribuir para o aumento na incidência de focos de queimadas pelo estado, que tendem a se tornar frequentes no inverno. “Com a redução das chuvas a vegetação começa a secar e isso afeta muito a questão das queimadas em Minas Gerais”, completa Claudemir Azevedo.
Durante a estação, também é possível observar as primeiras formações de fenômenos adversos tais como nevoeiros, muito comuns nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil.
Fenômenos
Desde 2022, as anomalias de Temperatura da Superfície do Mar na área do Oceano Pacífio Equatorial, denominada de El Niño, vem apresentando valores inferiores a -0.5 ºc, configurando a existência do fenômeno La Niña, que contribui para a ocorrência frequente de chuvas nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já os efeitos são variados no Centro-Oeste e Sudeste do pais.
Nos dois primeiros meses de 2023, as condições de La Niña vem perdendo intensidade, com a queda das anomalias de temperatura para -0,4 ºc, indicando uma transição para condições de neutralidade nos efeitos climáticos.
*Estagiário sob supervisão