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Estado de Minas CASO BACKER

Caso Backer: mestre cervejeiro não tinha acesso à produção, diz defesa

Declaração foi dada durante primeiro dia de relatos de testemunhas de defesa dos 10 acusados da intoxicação da cerveja Belorizontina


20/03/2023 18:05 - atualizado 20/03/2023 18:44

Advogado Antonio Neto, que representa Christian Freire Brandt, mestre ceevejeiro da Backer
Mestre cervejeiro da Backer é um dos dez acusados pela contaminação da cerveja em 2019 (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA)
O advogado do mestre cervejeiro da Backer afirmou que o trabalho do especialista dentro da empresa não tinha relação com a fabricação das bebidas e sim com as receitas e fórmulas. A declaração foi dada nesta segunda-feira (20/3) logo após o primeiro dia de depoimentos das primeiras testemunhas de defesa dos 10 acusados de intoxicar 29 pessoas no final de 2019.
 
 
Antônio Deluso Neto, advogado de Cristian Franco, então mestre cervejeiro da Backer, explicou que, conforme o laudo da Polícia Civil, tanto o dietilenoglicol quanto o monoetilenoglicol, responsáveis pela intoxicação das vítimas, entraram em contato com a bebida devido a problemas nos tanques de armazenamento. 

“As testemunhas da defesa estão esclarecendo as ocupações dos acusados, enfim, é o início de uma nova fase do processo [...] Estamos agora mostrando que cada um tem o seu nível de participação, ou não. Meu cliente não tem nada com esses fatos, ele não era uma pessoa ligada ao parque industrial da empresa, ele era um mestre cervejeiro, autor de receitas, e premiadas, por sinal”, afirmou Neto. 

Seis testemunhas foram arroladas pelos advogados de defesa dos acusados para prestar depoimento nesta segunda-feira. Nos próximos nove dias, outras 54 pessoas deverão comparecer, de maneira presencial ou virtual, na audiência. 

Neste primeiro dia, dois funcionários da Backer depuseram. As outras quatro pessoas, incluindo um parente de um dos acusados, foram dispensadas pelos advogados. 
 

Dez pessoas morreram e outras 19 tiveram lesões e sequelas após consumir a cerveja Belorizontina, fabricada pela cervejaria Backer, no final de 2019. Mesmo assim, depois de dois anos e três meses interditada, a cervejaria voltou a funcionar em abril de 2022.

Conforme a apuração da Polícia Civil, as vítimas foram intoxicadas com dietileno e monoetilenoglicol, usados na refrigeração de tanques. A substância teria circulado em dutos no entorno do reservatório da bebida.


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