A mudança de estação já tem reflexos na paisagem de Belo Horizonte, transformando as águas em grande espelho do céu, a copa das árvores em moldura iluminada de cenas urbanas, o sopro do vento no adeus ao verão. Se traz uma luz dourada que faz muito bem à capital, na avaliação dos pintores, o outono significa uma transição para a estiagem, conforme os meteorologistas. A nova estação começou a segunda-feira, às 18h25, com previsão de chuva e temperaturas elevadas, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet)/5º Distrito de Meteorologia. A previsão é de que a temperatura fique na faixa dos 30 graus, na capital.
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Outono será de temperaturas amenas e queda no volume de chuvaCurvas na paisagem urbana: conheça o legado de Niemeyer à capital mineiraFlamboaiãs dominam a paisagem de BHQuem passou pelo Parque Municipal Américo Renné Giannetti, no Centro de BH, na manhã de ontem, pôde ver a exuberância da vegetação em contraste com o contorno dos prédios da Avenida Afonso Pena e o azul do céu. Aberto até as 21h, de terça-feira a domingo, o “oásis verde” está entre as novidades do programa municipal Centro de todo Mundo, para requalificação de áreas centrais da capital.
Para o artista plástico belo-horizontino Paulo Apgáua, o outono é uma época bonita, que deixa as cores limpas, quentes e puras, favorecendo o trabalho dos pintores. “Quando penso na luz outonal, no Sudeste do Brasil, na região do cerrado e em Belo Horizonte, lembro do céu muito azul. A chuva do verão vai ficando para trás dando espaço ao tempo mais seco, a vegetação muda de cor e isso influencia nosso trabalho, nos inspira”, afirma Apgáua. Ele destaca as maravilhas do pôr do Sol, nos tons alaranjado e avermelhado, imprimindo mais beleza à paisagem e inspirando os artistas. “Além disso, o outono traz os frutos, o que significa fecundidade”.
Transição “O outono é uma transição entre o período chuvoso e a estiagem. Temperaturas mais amenas só mesmo a partir de meados de abril. Mas já notamos um ventinho mais fresco à noite”, diz o especialista Claudemir Azevedo, do Inmet. Ele destaca que, com a ausência gradativa de chuva, há a queda na umidade relativa do ar, o que prejudica muito a população.
O verão teve grandes variações, com frio em dezembro, muita chuva em janeiro e altas temperaturas em fevereiro e neste mês. “Foi cheio de altos e baixos. A chuva começou no final de outubro, houve muita água acompanhada de frio. O pior mesmo foi esse calorão, com noites abafadas. Tomara que as águas de março regulem o tempo”, diz uma moradora do Bairro Jaraguá, na Região da Pampulha, em BH. Outro morador, desta vez do Bairro São Paulo, na Região Norte, fez uma constatação: “Gosto mais do inverno, mas ontem de manhã, não sei até se é psicológico, senti um ventinho mais frio, de manhã”.