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Estado de Minas DESCASO

'Estão jogando a educação no lixo', diz ex-aluno sobre fechamento da Fucam

Audiência pública realizada nesta quinta-feira (23) debate futuro da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam), alvo de projeto para encerramento das atividades


23/03/2023 12:22 - atualizado 23/03/2023 16:41

Imagem da audiência pública realizada para discutir sobre a questão da Fucam
A instituição atende mais de 2 mil alunos na zona rural de Minas Gerais (foto: Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Membros e ex-alunos da Fundação Educacional Caio Martins (Fucam) participam, nesta quinta-feira (23/3), de uma audiência pública para discutir a proposta de extinção da instituição, que atende mais de 2 mil alunos na zona rural de Minas Gerais.

No início de março, o governo de Minas anunciou o desejo de incorporar a Fucam à operação da Secretaria de Estado da Educação. O projeto de lei (PL) 359/23, do governador Romeu Zema, vai passar pelo parecer de quatro comissões e, se aprovado, segue para votação no plenário. 

A proposta desagradou os servidores e alunos da entidade, responsável pela formação de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A Fucam tem escolas e centros educacionais em Esmeraldas, na Região Metropolitana de BH, Riachinho, no Noroeste de Minas e outras quatro cidades do Norte de Minas: Buritizeiro, São Francisco, Januária e Juvenília.
Com a decisão do executivo estadual, a comunidade teme que a educação seja incorporada pela iniciativa privada ou acabe sucateada nas unidades escolares estaduais, aumentando a desigualdade social nessas regiões. “A maioria das entidades não olha para essas regiões carentes. Estão jogando nossa educação no lixo, um projeto pedagógico de 75 anos desperdiçado”, afirma o ex-aluno Amauri Wagner Rodrigues.

Eles também questionam a falta de diálogo do executivo estadual com os membros da Fucam e as comunidades que dependem da entidade, criada em 1948. “Tudo está sendo feito sem transparência que é o que mais nos o preocupa. Não há qualquer diálogo com a gente. Esse discurso de que a Secretaria de Educação vai continuar com as atividades é muito fraco”, afirma Amauri.


Debates


O deputado estadual Gustavo Valadares (PMN), líder do governo de Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), defende a extinção e diz que a ideia é expandir o projeto pedagógico inaugurado pela Fucam. “Reconhecemos a história e tradição da Fundação, não haverá prejuízo para ninguém. Estamos no caminho de soluções que atendam a todos nós”, afirmou durante a audiência.

Segundo representantes da Secretaria de Estado de Educação presentes na audiência, as escolas não serão fechadas. Ao contrário, a proposta é que a estrutura da Fucam esteja diretamente ligada ao gabinete do secretário de Educação, Igor Alvarenga. O intuito do projeto é modernizar os serviços já prestados pela entidade, sob a gestão da Secretaria de Educação.

Os parlamentares da oposição ao projeto, por outro lado, vêem com preocupação o encerramento das atividades da Fucam. A deputada Beatriz Cerqueira (PT), da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, adiantou no início da sessão os esforços do grupo em barrar a aprovação do projeto de lei. 

“A Fucam tem uma importância, sobretudo, na educação do campo, e tem um impacto relevante nas comunidades onde está inserida", argumenta.


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