O suíço Beat Christian Willi, dono de uma pousada em São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima conhecido como Macacos, instalou portões em uma estrada de acesso à região e estaria cobrando pedágio das pessoas que passam por ali.
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Marcelo diz que, em caso de rompimento de barragens, a estrada é uma das rotas de fuga para moradores de bairros próximos e que turistas informaram a ele que o dono da pousada está cobrando R$ 20 por pessoa.
“Ele está com um documento da prefeitura que diz que ele é dono do local e pode cercar o acesso, mas nós procuramos saber, e o documento não tem fundação jurídica. Não tem nenhum advogado da prefeitura que assinou o documento atestando que ele pode fechar o local”, compartilha.
Marcelo procurou o antigo proprietário da pousada, que informou que o atual dono ainda não pagou pela compra e que está na Justiça com pedido de reintegração de posse.
Dono do portão
O suíço Christian Willi disse à reportagem que colocou o portão para manter um controle, já que os turistas que visitam as cachoeiras deixam muito lixo na região e também houve aumento de insegurança no local.
Beat negou a denúncia de cobrança de pedágio e diz que abriu um Boletim de Ocorrência nessa terça-feira (22/3). "A Polícia Militar pediu para fechar o portão. Não cobramos nada a ninguém, estamos deixando os turistas entrarem de graça. Só estamos proibindo a entrada de churraqueiras, caixas térmicas e caixas de som", comentou.
"Talvez cobraremos uma taxa de manutenção no futuro, não vamos cobrar dos moradores, que na verdade nem frequentam a cachoeira. Não queremos fazer igual a Serra do Cipó, que cobra R$ 60. Só queremos proteger a natureza", finaliza.
Ele revela que desde 2018 pensa na ideia de construir um EcoParque no local, com o objetivo de criar e estimular o ecoturismo na região de Macacos, "além de trazer de forma organizada o turismo, preservando a fauna e a flora".
Moradora critica postura do suíço
Artemis Alexandri, vizinha próxima, não concorda com a atitude do suíço de instalar os portões. “São desnecessários e ridículos. Ali é uma rua e cabe o direito de ir e vir de qualquer um, só isso já basta para estar errado”, afirma.
Ela complementa que essa não é a solução viável para eliminar o lixo deixado pelos visitantes. “Já vi sujeira deixada no caminho para a cachoeira, bem como nas ruas de Macacos. Não é dessa forma que se resolve o problema."
A Secretaria Municipal de Política Urbana de Nova Lima foi procurada pela reportagem para se posicionar sobre o caso, mas até o momento não retornou. Assim que houver uma resposta este texto será atualizado.