Jornal Estado de Minas

CASO BACKER

Amigos de dona da Backer são ouvidos no terceiro dia de depoimentos

No terceiro dia de audiências para tomada de depoimento das testemunhas arroladas pela  defesa dos dez acusados pela morte de 10 pessoas e sequelas em outras 19 após o consumo da cerveja Belorizontina, produzida pela cervejaria Backer, quatro pessoas foram ouvidas nesta quinta-feira (23/3). 



Os depoimentos foram tomados de maneira remota no Fórum Lafayette, na Região Central da capital, e duraram cerca de 30 minutos.

As quatro testemunhas de hoje são ligadas a Ana Paula da Silva Lebbos, uma das donas da empresa, e que responde por adulteração de produto alimentício e omissão de comunicação sobre nocividade de produtos de consumo. 

De acordo com o Fórum Lafayette, o primeiro depoente chegou a revender as cervejas da Backer. Já a segunda testemunha, é especialista no ramo de indústria de bebidas e diz ter acompanhado o processo de criança e desenvolvimento da cervejaria Backer. As terceira e quarta testemunhas são amigas de Ana Paula. 
 
 
As outras duas testemunhas que estavam programadas para ser ouvidas na audiência de hoje foram dispensadas pela defesa. A previsão é que outras 48 pessoas sejam ouvidas nos próximos seis dias.



Desde o início da segunda fase de coletas de relatos, nove testemunhas da defesa já foram ouvidas e outras dez dispensadas. Em maio de 2022, as testemunhas da acusação prestaram depoimento.
 

Caso Backer 

Dez pessoas morreram e outras 19 tiveram lesões e sequelas após consumir a cerveja Belorizontina, fabricada pela cervejaria Backer, no final de 2019. Mesmo assim, depois de dois anos e três meses interditada, a cervejaria voltou a funcionar em abril de 2022.

Conforme a apuração da Polícia Civil, as vítimas foram intoxicadas com dietileno e monoetilenoglicol, usados na refrigeração de tanques. A substância teria circulado em dutos no entorno do reservatório da bebida.
 
Entre as pessoas apontadas como responsáveis pela contaminação da bebida estão os donos da cervejaria, engenheiros e técnicos. De acordo com a acusação do Ministério Público de Minas Gerais, cada um responde por um tipo de crime, entre eles homicídio culposo, lesão corporal e intoxicação de alimentos.