Jornal Estado de Minas

BAIRRO PLANALTO

Prédio que desabou em BH há 6 meses permanece com escombros

Seis meses após o desabamento de um prédio no bairro Planalto, região Norte de Belo Horizonte, os escombros da construção permanecem no local. Para piorar, vizinhos reclamam que o local virou atrativo para bichos e ladrões. A falta de respostas dos donos do edifício obrigou a prefeitura a processá-los para retirar o entulho. Entretanto, até esta segunda-feira (27/3), nenhuma atitude foi tomada.





O prédio desabou na casa de uma família que estava viajando na época. Segundo a dona de casa Sueli de Abreu Cunha, desde setembro a vida dela e seus familiares virou "um perrengue". 

"Lá está do mesmo jeito, e agora ficou pior. Tem muito rato e escorpião. Fora que os responsáveis nunca falaram nada conosco, como, por exemplo, pagar nosso aluguel. Estamos morando em uma casa alugada, tivemos um prejuízo grande. Até ladrão entrou na nossa casa, roubaram tudo, os lustres que sobraram também foram levados. A última coisa foi o portão, e estamos nos sentindo muito lesados", diz ela. 

"Construímos com muito sacrifício, trabalhando a vida inteira para que, quando tivéssemos a moradia pronta, acontecesse isso. Tentamos negociar com eles, mas não houve nenhuma resposta. Estamos passando perrengue", relata.





Segundo a ex-moradora, os vizinhos que não tiveram as casas destruídas ou com risco de desabar estão reclamando que a situação atraiu assaltantes, ratos e escorpiões, que ficam escondidos nos escombros.

Ela também desabafa quanto à condenação completa da casa, que deverá ser demolida. "Se tivessem tirado os escombros em seguida daria para recuperar, mas agora a Defesa Civil falou que precisa demolir a minha casa. O engenheiro foi lá e já fez um relatório. Nunca mais entramos na nossa casa." 
Segundo a Defesa Civil, após avaliação na continuidade da ação fiscal, foi "realizada vistoria no dia 10 de outubro do ano passado, em que se constatou o alto risco de desastres secundários, tendo sido emitido o Auto de Notificação para que fossem providenciadas as ações emergenciais quanto às ruínas e aos escombros resultantes do desabamento da edificação", afirma em nota. 

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que, depois do desabamento, ficou indispensável a demolição das ruínas e a retirada dos escombros do local, inclusive dos imóveis vizinhos. Mas sem a manifestação dos responsáveis pela obra, "tornou-se indispensável o ajuizamento de ação com esse fim", destaca também por meio de nota. 

O Estado de Minas tentou contato com a família responsável pela construção do prédio, mas não obteve retorno. 

Relembre

Na madrugada de 21 de setembro do ano passado, o prédio desabou, deixando os donos do local feridos, um idoso de 75 anos, e suas filhas, uma de 40 e outra de 45. A mãe da família, uma idosa de 70 anos, morreu. 

A construção estaria sendo feita por conta própria. As obras iniciaram em 2015, e, segundo vizinhos, o prédio foi levantado em cima de uma casa.