Dois especialistas em química de alimentos foram ouvidos no Fórum Lafayette, na Região Central de Belo Horizonte, na tarde desta terça-feira (28/3). Este foi o quinto dia de coleta de depoimentos das testemunhas de defesa dos acusados pela contaminação da cerveja Belorizontina, da Backer. Na época dos fatos, os engenheiros foram contratados pela cervejaria para identificarem a contaminação das bebidas.
Em suas falas, as testemunhas afirmaram que entre os procedimentos de aferição da qualidade de cervejas, processos que possibilitam a identificação de etilenoglicol e o monoetilenoglicol não fazem parte dos rol de procedimentos padrões de controle de qualidade.
Leia Mais
Entre luto e sequelas, vítimas da Backer aguardam conclusão de processosTrês anos depois, vítimas do caso Backer aguardam julgamento da cervejariaTemplo da Backer volta a operar nesta quinta com evento gastronômicoCaso Backer: Justiça define data para interrogatório dos 10 réusMPMG e Backer chegam a acordo para indenizar vítimas de intoxicaçãoVazamento em fábrica de cerveja deixa baía vermelha no JapãoA segunda testemunha confirmou que para que a presença de dietilenoglicol fosse confirmada, foi preciso a aquisição de equipamentos e técnicos especializados em análise de contaminação pela substância. A depoente, que possui laboratório especializado na indústria alimentícia e é referência em análise de cachaças, ainda afirmou que o químico não é detectado pelos métodos convencionais de avaliação de etílicos.
Dez pessoas morreram e outras 19 convivem com sequelas provocadas pela ingestão de dietileno e monoetilenoglicol presentes em garrafas da cerveja Belorizontina. Entre os problemas acarretados pelo envenenamento está a falência renal.
Conforme a Polícia Civil, a perícia constatou que o agente tóxico entrou em contato com a bebida a partir de um vazamento em um dos tanques de armazenamento. Apesar de não fazerem parte do processo de produção da cerveja, as substâncias eram usadas para o resfriamento dos tanques.