O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, está em Brasília desde terça-feira (28/3) para acompanhar a “Marcha dos Prefeitos” e tentar a prorrogação do prazo de desmobilização do Aeroporto Carlos Prates, localizado no bairro de mesmo nome, na Região Noroeste de Belo Horizonte. De acordo com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, o chefe do executivo estadual pretende adiar o prazo em seis meses.
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Governo Lula confirma fim das operações no Aeroporto Carlos Prates, em BHFuncionários do Aeroporto Carlos Prates protestam contra fechamentoPrazo curto para desativação do aeroporto Carlos Prates gera incertezasProtesto contra fechamento do Carlos Prates prejudica Aeroporto da PampulhaSindicato de tecnologia propõe novo uso para Aeroporto Carlos Prates Moradores se reúnem com Fuad Noman por retirada do Aeroporto Carlos PratesLoja incendiada no bairro Cachoeirinha corre risco de desabamentoO Governo de Minas entende que a complexidade da operação, bem como a necessidade de um planejamento adequado para reduzir os impactos sociais decorrentes desse processo, exigem que a desmobilização do aeródromo seja moderada, organizada e segura. Portanto, o prazo de dois dias, com a desativação agendada para a próxima sexta-feira (31/3), seria inviável.
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O Secretário de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, Pedro Bruno, já havia se reunido na tarde da terça-feira (28/3) com o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, para tentar a prorrogação, mas a decisão do Governo Federal foi mantida. Isso somou atividades à viagem de Romeu Zema a Brasília.
Prazo curto
Conforme o prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman, o Ministério de Portos e Aeroportos e a PBH já pediram aumento do prazo à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para que sejam retiradas as aeronaves de seus respectivos hangares.
“Eu conversei com a Anac e perguntei se era possível prorrogar esse prazo. Eles me disseram o seguinte: podemos prorrogar o prazo de decolagens para tirar os aviões de lá e para dar tempo do pessoal que está com aviões em manutenção sair, mas os pousos ficam suspensos”, disse Fuad na última semana.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade de Minas Gerais, por sua vez, destacou que, apesar da proposta, a prorrogação do prazo de retirada das aeronaves ainda não foi definida e, por isso, o governador Romeu Zema entrou nas negociações.
Segundo a pasta, o fechamento do aeroporto continua marcado para a próxima sexta e o objetivo de Romeu Zema não é impedir o encerramento das atividades no local, mas conseguir mais tempo para que as aeronaves sejam levadas para outros aeródromos.
Por fim, o Governo Estadual ressaltou que não tem a intenção de assumir a administração do Aeroporto Carlos Prates e que essa questão não entrou em pauta.
Governo Federal confirma fechamento
Procurado pela reportagem do estado de Minas, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) confirmou a suspensão das operações aéreas do Aeroporto Carlos Prates para o próximo sábado (1), mas ainda não há prazo definido para retirada das aeronaves do local. "A medida atende o que está previsto na Portaria nº 10.074/SIA da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), publicada em 16 de dezembro de 2022, ainda no governo passado. A Secretaria Nacional de Aviação Civil (SAC) do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) está elaborando um instrumento jurídico que permitirá à Prefeitura de Belo Horizonte liderar um processo organizado de encerramento das atividades, conferindo tempo para que as aeronaves hangaradas e os serviços prestados sejam transferidos para outras localidades de forma adequada".
O orgão afirmou, também, que não há nenhum proposta do Governo de Minas para administrar o aeroporto. "Por ora, não há qualquer oferta do Ministério de Portos e Aeroportos do novo Governo Federal para que o Aeroporto Carlos Prates, Ativo da União, seja administrado pelo governo estadual mineiro".
Fechamento do Aeroporto
O prefeito Fuad Noman (PSD) anunciou, na terça-feira (14/1,) que o Aeroporto Carlos Prates seria fechado definitivamente no dia 1° de abril. A decisão, anunciada pelo Twitter, é do Ministério dos Portos e Aeroportos, segundo o chefe do executivo municipal.
A dois dias do possível fechamento do aeroporto, o clima é de incerteza entre empresários e funcionários do local, enquanto a opinião dos moradores dos bairros vizinhos está dividida.
Após o acidente que ocorreu no último sábado (11/3), quando um avião caiu sobre duas casas no Bairro Jardim Montanhês, o destino do aeroporto virou pauta em Brasília.
O espaço será entregue para a Prefeitura de BH e Fuad declarou a intenção de usar a área para a realização de projetos de moradias populares, de indústrias não poluentes, Centros de Saúde, escolas e outras infraestruturas urbanas necessárias para a população.