A manifestação contra o encerramento das operações aéreas no Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, já prejudica o funcionamento na Pampulha nesta quarta-feira (29/3).
Leia Mais
Governo Lula confirma fim das operações no Aeroporto Carlos Prates, em BHZema recorre a Brasília para adiar desmonte do Aeroporto Carlos PratesMoradores se reúnem com Fuad Noman por retirada do Aeroporto Carlos PratesSindicato de tecnologia propõe novo uso para Aeroporto Carlos Prates Voa Prates: "aeroporto deixará de formar mais de mil pilotos por ano"Aeroporto Carlos Prates: Guarda Municipal reforça segurança em acessosPousos e decolagens proibidos a partir de hoje no Aeroporto Carlos Prates'Tristeza e indecisão': alunos do Carlos Prates não sabem para onde irA manifestação teve início na tarde de hoje em defesa da manutenção do espaço. Para isso, cerca de 20 aeronaves saíram do Carlos Prates e pousaram na Pampulha, o que foi o suficiente, segundo Velasquez, para demonstrar que o local ficou impraticável.
Logo, o objetivo da ação é evidenciar que a quantidade de aeronaves não será comportada em outros aeroportos da capital e Região Metropolitana com o desmonte do Carlos Prates. “Ainda deixamos lá quase 100 aeronaves que não conseguiram lugar para vir e foram impossibilitadas de decolar, não tendo outro local para ir”, completou o presidente da Associação Voa Prates.
Nessa terça-feira (28/3), o governo federal, por meio do Ministério de Portos e Aeroportos, confirmou a suspensão das atividades do Aeroporto Carlos Prates, em Belo Horizonte, no próximo sábado (1º/4). A deputada federal Greyce Elias (Avante-MG) – que havia solicitado audiência com o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França – encontrou-se com ele na sede do Ministério, em Brasília, onde discutiram a possibilidade de prorrogação das atividades do aeródromo. No entanto, não houve acordo e, deste modo, foi confirmado o fechamento do local como já era previsto.
No entanto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, está em Brasília desde terça-feira (28/3) para acompanhar a “Marcha dos Prefeitos” e tentar adiar o prazo de fechamento do Carlos Prates em seis meses. O governo de Minas entende que a complexidade da operação e a necessidade de um planejamento adequado para reduzir os impactos sociais decorrentes desse processo exigem que a desmobilização do aeródromo seja moderada.
Entenda o caso
Em 14 de janeiro, o prefeito Fuad Noman (PSD) já havia anunciado que o Aeroporto Carlos Prates teria suas operações aéreas encerradas em 1° de abril. Isso porque após o acidente que ocorreu no dia 11 do mesmo mês – quando um avião caiu sobre duas casas no Bairro Jardim Montanhês – o aeroporto virou pauta em Brasília.Nesse sentido, com a intenção de municipalizar a área, o chefe do Executivo municipal se encontrou com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), na capital mineira, na segunda-feira (13/3). Fuad quer construir 2 mil casas populares, um parque e um polo industrial não poluente no local.
Por outro lado, a Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag), entidade que representa o setor da aviação perante autoridades e órgãos reguladores, manifestou preocupação em relação ao desmonte do aeroporto situado na Região Noroeste da capital. Por meio de nota, o diretor geral da Abag, Flávio Pires, afirmou que “o que se precisa é de mais infraestrutura aeronáutica, não menos”.
Os rumos do aeroporto também têm incomodado funcionários, empresários, pilotos e estudantes de aviação. Por isso, cerca de 200 deles realizaram uma manifestação nesse sábado (25/3) em frente à portaria principal do aeroporto. Conforme a categoria, cerca de 500 pessoas ficarão desempregadas, 15 empresas deixarão de existir, cinco escolas vão interromper suas aulas e centenas de alunos não poderão retomar seus estudos se as atividades no local forem encerradas.