O Rodoanel Metropolitano, que começa a ser construído em 2024, terá um novo modelo de cobrança de pedágio, chamado 'free flow'. Os motoristas irão notar as diferenças já no trajeto, pois o sistema não utiliza praças de pedágio. A cobrança, estimada em torno de R$ 0,35 por km rodado, será feita por meio de equipamentos de monitoramento instalados nas vias.
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"Temos alguns incentivos, como desconto para uso de tag, para usuários frequentes e também àqueles que percorrem longas distâncias nesse trecho", divulgou o secretário em coletiva de imprensa, realizada nesta sexta-feira (31/3), que oficializou a assinatura do contrato de concessão do Rodoanel.
Etapas do Rodoanel
A obra promete desafogar o trânsito da RMBH, reduzindo o tempo de viagem no trecho em até 50 minutos. Na primeira fase, com previsão de conclusão em até cinco anos, serão entregues as obras das alças norte e oeste, que respondem por 70% do tráfego que se espera no Rodoanel.
"É um projeto que vai fazer com que o estado mude, muito, e para melhor. Como empresário, eu sei que passar pela região metropolitana sempre foi um pesadelo. Isso vai trazer melhorar muito a vida da população", disse o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
Além das melhorias no trânsito, o projeto ainda prevê uma redução no número de acidentes no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, por meio do desvio do fluxo de veículos pesados para o Rodoanel.
"O objetivo principal é melhorar nossa mobilidade urbana e salvar vidas. Vamos tirar mais 5 mil caminhões que circulam por dia na via. A estimativa é que isso resulte em uma redução de mil acidentes por ano", calcula o secretário de infraestrutura e mobilidade.
Dos R$ 5 bilhões investidos no projeto, R$ 3 bilhões serão aportados pelo estado, montante obtido por acordo firmado com a mineradora Vale pelo rompimento da barragem de Brumadinho. Os R$ 2 bilhões restantes serão de responsabilidade do grupo italiano.
Polêmicas marcam o Rodoanel
O projeto é motivo de um imbróglio entre o governo estadual e as prefeituras de Contagem e Betim. A administração das cidades aponta que a obra apresenta riscos à Bacia Hidrográfica de Vargem das Flores e risco ao abastecimento hídrico na Grande BH.
Os municípios também criticam o traçado da estrada, que prevê obras em regiões densamente povoadas, incluindo comunidades tradicionais como o Quilombo dos Arturos. Sem traçado alternativo, a palavra de ordem de ambas cidades é barrar a licitação do empreendimento.
Questionado sobre esses impasses, o secretário de infraestrutura e mobilidade, Pedro Bruno, demonstrou tranquilidade e destacou a complexidade do projeto. "O desafio agora é tirar do papel. Um projeto dessa magnitude, que envolve tantos atores, é fundamental uma ampla escuta e diálogo", disse.
Para dar início às obras, o projeto ainda precisa passar pelo licenciamento ambiental, cuja previsão é ser concluído, no máximo, até o segundo semestre de 2024. Até lá, o secretário de infraestrutura e mobilidade admite a possibilidade de mudança do traçado, alvo de impasses com as prefeituras de Contagem e Betim.
"Ele é um referencial. No processo de licenciamento ambiental podemos ter ajustes, até mesmo por proposição da empresa, desde que aprovado por nós do Estado", explica Pedro Bruno.