Os três condenados pela Chacina de Unaí deverão pagar R$ 29 milhões à União para compensar prejuízos causados aos cofres públicos. O valor foi calculado com base nas despesas que a União teve com pagamentos de indenizações e pensões às famílias dos quatro servidores do Ministério do Trabalho assassinados em 28 de janeiro de 2004. O pedido foi apresentado pelo Ministério Público Federal à Justiça Federal em Unaí, na última sexta-feira (31/3).
Norberto e Antério Mânica, acusados de serem os mandantes do crime, foram condenados pelo Tribunal do Júripor quádruplo homicídio, triplamente qualificado por motivo torpe, mediante paga de recompensa em dinheiro e sem possibilidade de defesa das vítimas. Eles recorreram da condenação e aguardam o julgamento dos recursos em liberdade.
Os outros dois réus, José Alberto de Castro e Hugo Pimenta, condenados por terem intermediado o crime, também aguardam o resultado dos recursos em liberdade. Os três pistoleiros - Erinaldo Vasconcelos, Rogério Allan e William Miranda – foram condenados em 2013. Eles estavam presos desde 2004.
De acordo com o MPF, embora parte dos réus responda em liberdade, as condenações reafirmam a narrativa da União e tornam justo o pedido de pagamento compensatório do caso.
A Chacina de Unaí
Em 28 de janeiro de 2004, Eratóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares Lage e Nelson José da Silva foram assassinados a tiros em uma emboscada quando investigavam condições análogas à escravidão na zona rural de Unaí, incluindo as propriedades da família Mânica. O motorista Ailton Pereira de Oliveira, que acompanhava o grupo, também foi morto.