Jornal Estado de Minas

EDIDEMIA

Casos de dengue fazem Santa Casa de Passos bater recorde

O aumento do número de casos de dengue em Passos, Sudoeste de Minas, fez a Santa Casa de Misericórdia da cidade bater recorde. A unidade de saúde registrou em março deste ano, números nunca alcançados em internações e atendimentos.





Segundo dados levantados pela instituição, foram realizados mais de 7.300 mil atendimentos de urgência e emergência, alta de 76% em relação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registrados 4.160 mil atendimentos.

O número de internações também aumentou consideravelmente. Em março de 2023, o hospital registrou um total de 2.022 mil internações, um aumento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizadas 1.754 mil internações.


Quatro mortes


A dengue em Passos alcançou números estratosféricos e o município é o segundo de Minas Gerais em casos notificados da doença. Em março de 2022, Passos contabilizou 119 casos prováveis de dengue. Até 20 de março, de acordo com o boletim de arboviroses da SES-MG (Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais), foram registrados no município 5.885, com quatro óbitos.




A infectologista do hospital, Priscila Freitas das Neves, afirma que o aumento de atendimentos e internações pode ser atribuído a vários fatores, sendo o de maior impacto o alto número de casos de dengue e suas complicações.

"Ao avaliar o quadro clínico dos pacientes, observamos a ocorrência frequente de um sintoma particularmente incômodo: o gosto metálico na boca. Esse sintoma pode dificultar significativamente a ingestão adequada de líquidos, o que pode levar à desidratação e, consequentemente, a complicações clínicas graves. Esses fatores estão intrinsecamente interligados e parecem estar contribuindo para o aumento no número de internações", afirmou.

Para lidar com a situação, o Supervisor da Unidade de Urgência e Emergência da Santa Casa de Misericórdia de Passos, Tomas Ribeiro de Carvalho, informou que a instituição adotou um plano de contingência com a reorganização de um espaço para medicamento, além de protocolos para estratificar a gravidade dos pacientes e reajuste do efetivo de profissionais para aumentar a capacidade de atendimento no Pronto Socorro, garantindo qualidade e segurança no cuidado.