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Estado de Minas SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO

Moradores em situação de rua participam de procissão no Centro de BH

Iniciava da arquidiocese terá distribuição de alimentos sob o Viaduto Santa Tereza


07/04/2023 10:53 - atualizado 08/04/2023 13:52



A Sexta-feira da Paixão marca o calvário e a morte de Jesus Cristo na cruz e pode significar também união, solidariedade, partilha. Nesta manhã (7), população em situação de rua, em Belo Horizonte, participa de uma procissão que saiu às 10h da Praça Rui Barbosa (Estação) rumo ao Viaduto Santa Tereza, na Região Central. À frente do cortejo, carregam uma cruz com um tecido vermelho, entoando hinos religiosos a exemplo de "O povo de Deus". Antes da caminhada,  cada um recebeu um cordão com um crucifixo.

Marcos Antônio dos Santos Duarte, de 22 anos, é quem carrega a cruz. Ele morou seis anos na rua e hoje está no Abrigo São Paulo. "Tenho oportunidade de estar aqui, hoje, agradecendo a  Deus e a todos os que já me ajudaram".

A exemplo da via-sacra de Jesus, homens e mulheres fazem paradas ao longo do caminho.  "Em vez das 14 estações percorridas por Jesus, faremos apenas cinco" , explicou Claudenice Rodrigues Lopes, coordenadora da Pastoral de Rua da Arquidiocese de Belo Horizonte. A iniciativa é da Arquidiocese e tem à frente o vigário episcopal para a Ação Social e Política,  padre Júlio César do Amaral.


Antes do início da caminhada,  padre Júlio explicou que cada estação da via-sacra de Jesus seria comparada aos dias atuais. Na primeira estação,  diante do monumento "dedicado aos heróis e  mártires mineiros", pessoas que moram nas ruas foram convidadas a descrever "suas cruzes", como falta de moradia,  violência,  injustiça social outros dramas diários. 

Marcos Antônio dos Santos Duarte carrega a cruz
Moradores em situação de rua carregam uma cruz com um tecido vermelho, entoando hinos religiosos a exemplo de "O povo de Deus" (foto: Jair Amaral/EM/D.A/Press)


"É um momento para compartilharmos o amor a Deus, o afeto ao próximo", definiu Radija Silva, mulher trans, que trabalha em serviços gerais, está desempregada e dorme no Abrigo São Paulo. Também mulher trans, Lara Gomes de Souza, moradora em "ocupação " lembrou que "Deus não faz diferença entre as pessoas, pois acolhe a todos".


Acompanhando a via-sacra de muletas, Eduardo Pereira da Silva, de 51 anos, disse que tem esperança de, um dia, ter uma casa.

Alimento


Com o coração aberto e as mãos estendidas aos pobres, os integrantes da Pastoral de Rua distribuem hoje, a partir das 11h30, refeições à população em situação de rua. 

Preparados na Catedral Cristo Rei, em  construção no Bairro Juliana, na Região Norte de Belo Horizonte, os alimentos serão entregues no Viaduto Santa Tereza.


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