A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) lançou, nesta segunda-feira (10/4), a Operação de Proteção Escolar. O objetivo da ação, de natureza preventiva, segundo o capitão Cristiano Araújo, porta-voz da PMMG, é aumentar a segurança nos ambientes escolares. Toda escola do estado receberá visitas de equipes de militares, da chamada Patrulha Escolar.
Ainda de acordo com o militar, escolas municipais e estaduais devem ser alvo da ação. "Conclamamos as escolas particulares a participarem também. Para isso, basta entrar em contato com a PM e solicitar, que estaremos prontos a ajudar’, pontuou.
O capitão Araújo destacou que a operação quer ainda aproximar a comunidade escolar: diretores, professores, alunos e pais. “Estamos criando uma rede de proteção, para a mobilização social. Queremos que toda informação relevante seja passada à PM. É importante que tudo o que circule nas redes sociais, chegue à corporação. Isso irá facilitar o sistema de proteção.”
A iniciativa da PMMG acontece após os ataques recentes a instituições de ensino no Brasil. Em 27 de março, um adolescente de 13 anos invadiu uma escola estadual, em São Paulo, e esfaqueou três professores e dois alunos. Uma professora de 71 anos morreu. Na última quarta-feira (5/4), um homem invadiu uma creche e, com uma machadinha, matou quatro crianças e feriu cinco, em Blumenau, Santa Catarina.
Como vai funcionar
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“Os policiais passarão nas escolas pela manhã, no horário de entrada. E estarão dispostos a conversar com os alunos, diretores, professores, sendo que estes são fundamentais nesse programa, para dar instruções sobre como proceder em casos suspeitos”, destaca o capitão Araújo.
Segundo ele, hoje, são 160 policiais envolvidos na operação, somente em Belo Horizonte.
O capitão diz ainda, que qualquer suspeita por parte de pais e mesmo dos estudantes, deve ser repassada à PM. “Por exemplo, uma pessoa que é vista rodeando uma escola. É vista uma, duas, três vezes, ou mais, deve ser denunciada, pois pode ser um possível agressor, que estaria apenas sondando o terreno para cometer um crime.”
O militar comentou, ainda, um fator que seria útil, mas muito caro. “Algumas escolas dos EUA têm detectores de metais na entrada. Esse seria o ideal, mas o investimento para isso é caro e inviável nesse momento.”
Novos veículos e fake news
Para a instalação da operação, a PM está recebendo 127 novos veículos para o fortalecimento da rede de proteção às unidades de ensino. “Em 2022 tínhamos, nessa área, a disponibilidade de 47 viaturas. A operação acontece no estado inteiro. A partir de agora, cada batalhão terá uma equipe especializada na proteção escolar”, explicou o capitão.
Ainda segundo o militar, as pessoas devem ficar atentas para informações falsas que circulam nas redes sociais.
“Neste final de semana, por exemplo, circularam informações falsas nas redes sociais. O Serviço de Inteligência da PM foi ativado e confirmou-se que não havia fundamento em nenhum desses alertas. Eram fake news. Será muito importante que as pessoas não acreditem na primeira informação. O ideal é repassar à PM, através do 190, para que possamos agir.”
A Polícia Militar reforça que toda ameaça que chega à corporação é checada. "Neste momento, reitero, não há qualquer lastro de ameaça de ataque a escola em Minas detectado pelos órgãos de inteligência", concluiu.
Recepção positiva
Uma das instituições de ensino visitadas no primeiro dia da operação foi a Escola Estadual Flávio dos Santos, localizada na Rua Jacuí, Bairro Renascença, Região Nordeste de Belo Horizonte.
O sargento Daniel Braga foi recebido pela vice-diretora Olímpia Prado, que apoia integralmente a ação.
“Essa é uma ação positiva. Muitas vezes ficamos inseguros, com medo de estarmos correndo riscos. Ter um policial aqui dentro, sempre, é um sonho e também uma tranquilidade. Vamos passar essas informações aos alunos, às famílias, de que algo, muito importante, está sendo feito pela segurança nas escolas. Hoje, com as notícias de atentados, os alunos ficam alvoroçados e cobram providências da direção da escola.”
Os alunos também ficaram satisfeitos com a visita. Muitos chegavam perto e queriam saber o motivo do policial estar na escola. A estudante Maria de Fátima, de 12 anos, questionou se a polícia estaria na escola o dia inteiro. “Isso seria muito importante para todos nós”, declarou.
Paulo Henrique, de 13 anos, acredita que com a presença da polícia, os alunos ficariam mais tranquilos. O estudante confessa que as notícias dos ataques recentes são de assustar qualquer um. “Eu mesmo fiquei morrendo de medo”, desabafa.